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Descrição de chapéu Rock in Rio

Com estilo peculiar, King Crimson conquista pequeno público no Rock in Rio

Rock progressivo puro é complexo e esvazia o palco secundário do festival

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Rio de Janeiro

O King Crimson é uma banda tão esquisita que começa seu show com um solo de bateria (!).

Reformulando: começa seu show com um solo de duas baterias (!!). 

Reformulando de novo: são três baterias (!!!), com três bateristas (!!!), solando no palco Sunset, às 21h15 de domingo (6), último dia do Rock in Rio.

E não é piada. Essas baterias estão na frente, encobrindo o resto dos músicos. Apesar de ter apenas uma hora de palco, os ritmistas seguem por seis minutos de solos antes da entrada do baixista e, em seguida, dos metais.

King Crimson no palco do Rock in Rio - Adriano Vizoni/Folhapress

Estamos em um show de free jazz, é o que parece. Mas é o King Crimson, banda de Robert Fripp, 73, que faz rock progressivo desde 1969. 

De acordo com os 50 anos desde o lançamento do disco de estreia, a banda se apresenta como os velhinhos que são. Uniformizados, de camisa preta ou terno e gravata, sempre elegantes como convém a homens de 70 e poucos, Robert Fripp e seus asseclas tocaram pela primeira vez no país. 

Rock progressivo puro, mas mais complexo e menos fácil do que Pink Floyd, Yes ou Genesis, os mais populares do gênero. 

É só às 21h32 que o primeiro vocal é ouvido na arena. Que música seria essa, cantada pelo guitarrista que não é Fripp? Ele se chama Michael Jakszyk e está na banda há seis anos. 

Um flautista sola agora. Que canção? Já se passaram duas ou quatro? Essa é a terceira ou a quinta? 

O público, pequeno, responde com muita felicidade, pois eles nunca haviam tocado aqui. Muitos acompanham pelo telão deitados no chão, região que estava totalmente tomada há uma hora no show de Lulu Santos. 

Robert Fripp faz todo o show sentado no fundo do palco, à direita. Nem o telão mostra o velho direito, já que ele não parece importante para o som. Tocando sua guitarra dourada artesanal estilo Les Paul, usa enormes fones de ouvido o tempo todo. 

O som do King Crimson é extremamente sofisticado, o que alguns amam, não há dúvidas. E é chato, para outros. Segue o setlist para os fãs: “Neurotica”, “Red”, “The Court of the Crimson King”, “Indiscipline”, “Epitaph” e “21th Century Schizoid Man”. 

São apenas seis músicas em uma hora, média de uma a cada dez minutos. E, no fim, voltam os bateristas, solando por mais uns cinco minutos até o fim do show. 

Robert Fripp, quem diria, se levanta, dispensa os fones de ouvido, pega uma câmera e começa a tirar fotos da plateia. Ele vai levar uma boa recordação do Rock in Rio. E o público também.

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