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Cinema

Depois de fazer graça na internet, Bruno Aleixo chega ao cinema frouxo e enfadonho

Sucesso português no YouTube, com algum impacto também no Brasil, é um ewok disfarçado de cachorro

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O Filme do Bruno Aleixo

Avaliação: Regular
  • Quando: Mostra de SP: dom. (27), às 13h30, no Espaço Itaú - Frei Caneca (r. Frei Caneca, 569); e na qua. (30), às 17h30, no Espaço Itaú - Augusta (r. Augusta, 1.475)
  • Classificação: 12 anos
  • Elenco: Adriano Luz, Rogério Samora e José Neto
  • Produção: Portugal, 2019
  • Direção: João Moreira e Pedro Santo

Sucesso português no YouTube, com algum impacto também no Brasil, Bruno Aleixo é um personagem carismático, na verdade um ewok disfarçado de cachorro —lembram de “O Retorno de Jedi”, da série “Star Wars”?—, que finalmente ganha seu longa-metragem,  “O Filme do Bruno Aleixo”.

Dirigido pelos criadores do personagem, João Moreira (que também o dubla) e Pedro Santo, o filme mostra o processo de nascimento de outro longa, que o protagonista pretende fazer com a ajuda de seus amigos Homem do Bussaco (espécie de monstro peludo, tipo Chewbacca), Busto (um busto de Napoleão) e Renato Alexandre (inspirado em “O Monstro da Lagoa Negra”).

Bruno Aleixo é vivido no filme dentro do filme pelo ator Adriano Luz (“Mistérios de Lisboa”). Em dado momento, eles discutem a possibilidade de dublarem os atores, o que rende uns cinco minutos de gargalhadas. Há até um falso final, à maneira do hollywoodiano “Vice”.

Em outra cena, o biografado decide inserir um comercial no meio do filme, dizendo que agora é comum, e se chama “product placement”, para descrédito dos amigos. É um entendimento equivocado do conceito, e o filme alcança certa graça com essas confusões.

A estratégia de Moreira e Santo lembra, por vezes, o mineiro “Samba-Canção” (2002), de Rafael Conde, em que um personagem pretende fazer um filme, mas vai adaptando-o ao orçamento cada vez menor que tem em mãos, com o formato sendo modificado dos 35 mm em cores e cinemascope da ideia original até chegar ao vídeo. Terá sido inspiração?

Mas o que funciona muito bem no YouTube nem sempre alcança o mesmo potencial num longa. Neste caso, sempre que abandona ou atenua o tom debochado, “O Filme do Bruno Aleixo” perde força.

A primeira ideia, por exemplo, é muito longa e enfadonha, criando um indesejável buraco no ritmo. Em sua encenação, durante boa parte, há o abandono do tom irreverente e uma busca por uma relativa sobriedade que contrasta com todo o resto. O problema é que essa busca é cinematograficamente pobre.

Há também a ideia de mostrar a festa numa república. Ou numa agremiação acadêmica? Ou numa república? E os atores aparecem ora trajados socialmente, ora com visual esportivo, conforme a memória leva para um ou outro lugar.

O longa todo, por causa de sua proposta, é muito irregular. Conseguimos nos divertir quando o universo galhofeiro que nos acostumamos a ver no YouTube dá as caras (a dublagem, o filme noir, a sitcom do canal Sic). No enchimento, o filme torna-se frouxo.

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