Siga a folha

Cartão-postal revela segredo de inspiração para última pintura de Van Gogh

Fotografia encontrada traz detalhes de paisagem retratada pelo pintor no quadro 'Raízes de Árvore'

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Paris | AFP

"Raízes de Árvore", o último quadro que Vincent Van Gogh pintou antes de sua morte, teve um segredo revelado –um antigo cartão-postal foi encontrado mostrando um matagal com as mesmas raízes da pintura, informou Wouter van der Veen, diretor científico do Instituto Van Gogh de Auvers-sur-Oise, na França, nesta terça-feira (28).

O quadro "Raízes de Árvore", o último quadro que Vincent Van Gogh pintou antes de sua morte - Van Gogh Museum/Reuters

Segundo ele, a descoberta foi feita quando ele classificava documentos em sua casa durante o distanciamento social em abril.

"Meus olhos foram atraídos por um detalhe em um cartão-postal, um detalhe que aparece na última pintura de Van Gogh", disse ele. "A configuração das raízes e troncos no cartão-postal corresponde à da pintura."

No cartão-postal, que data da primeira década do século 20, há uma colina coberta por um bosque com troncos e raízes.

O especialista publicou sua descoberta no livro "Attaqué à la Racine". Demorou algumas semanas para o Museu Van Gogh em Amsterdã validar a descoberta.

Nesta terça, em Auvers-sur-Oise, na França, na presença de Emilie Gordenker, diretora geral do Museu Van Gogh, foi inaugurado o local exato da realização da obra, que será protegido por uma estrutura temporária de madeira, e que poderia se tornar um local de peregrinação, a 150 metros da estalagem onde residia o pintor.

Wouter van der Veen, do Instituto Van Gogh, posa ao lado do suposto local onde o pintor holandês Vincent Van Gogh pintou sua última tela antes de sua morte - Francois Guillot/AFP

Essa tela "deu origem a todo tipo de teoria, por exemplo, que ele teria assinado uma pintura marcando o início da arte abstrata, da nova arte", observou o pesquisador. "Esta pintura feita pouco antes de ele disparar um tiro no estômago, em 27 de julho de 1890, era indecifrável, porque era impossível localizar o local da realização."

Alguns "queriam que Van Gogh fosse vítima da sociedade, e não o autor de sua vida e morte", observou ele. Mas essa pintura é "um testamento, uma carta de despedida". "Para ele, o bosque simboliza a luta da vida. Os troncos são cortados e, do toco, novos brotos aparecem."

"Há uma consistência, é o tema da vida e da morte. Por um ano, o suicídio já era uma opção para Van Gogh. Isso elimina todas as teorias que não ajudam sua memória, como a que alega que ele foi acidentalmente morto por crianças portando uma pistola", disse o especialista holandês.

"O que é extraordinário é que o toco principal que encontramos na pintura ainda é visível hoje no mato", 130 anos depois, segundo Wouter van der Veen.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas