Novo álbum do Killers tem rock comercial mais ordinário do que singular
Dono de uma loja de discos não saberia se 'Imploding the Mirage' deveria ir para a prateleira do rock ou do pop
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O sexto LP dos Killers, “Imploding the Mirage”, sai com uma missão clara: chegar ao primeiro lugar de vendas nos EUA e na Inglaterra. Afinal, foi o que o disco anterior, “Wonderful Wonderful”, conseguiu.
Mas o sucesso da banda de Las Vegas na Inglaterra é coisa para se estudar: todos os seus álbuns alcançaram o primeiro lugar na Inglaterra.
Desde o primeiro, “Hot Fuss”, de 2004, que é um excelente exemplar de rock alternativo, com grandes canções, como “Jenny Was a Friend of Mine”, “Mr. Brightside” e a imbatível “Somebody Told Me”.
O problema dos Killers é que, em algum momento de sua carreira, eles não se contentaram em ser a melhor banda de Nevada ou uma das melhores bandas de rock alternativo do mundo.
Ambiciosos, resolveram que seriam a próxima maior banda do mundo. Parecem buscar atingir a estirpe de um Queen ou de um U2.
Mas o vocalista Brandon Flowers e seus parceiros, infelizmente, não têm o talento de Freddie Mercury. O som que sai dessa miscelânea é um rock comercial mais para ordinário do que singular.
Cada vez mais os Killers usam timbres de sintetizadores, às vezes vintage, às vezes mais modernos, em vez da simplicidade e força original.
O dono de uma loja de discos (se existir tal espécie) não saberia se “Imploding the Mirage” deveria ir para a prateleira do rock ou do pop. Talvez na do pop, junto com aquele povo que toca nas FMs comerciais.
Não é que não haja bons momentos. Há sim. Numa primeira audição, destacam-se a beleza de “Blowback”, a grandiosidade de “Fire in Bone” e a diversão de “Imploding the Mirage”, por exemplo.
Dois singles haviam saído anteriormente: “Caution” e “My Own Soul’s Warning”. O primeiro deles chegou ao primeiro lugar na lista de canções alternativas da Billboard nos EUA. São boas, mas não vão ser lembradas como grandes momentos de 2020.
Já os músicos são ótimos. O baixo do Killers, aliás, de Mark Stoermer, nunca decepcionou. Já o guitarrista Dave Keuning não participou de “Imploding the Mirage”. Está dando um tempo da banda, mas continua como membro oficial.
Ronnie Vannucci é, como sempre, competente na bateria, além de dividir os teclados com Flowers. Em seus planos para conquistar o mundo, os Killers não estão fazendo feio. Mas também não estão dominando geral.
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