Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Cicely Tyson, atriz americana que se especializou em retratar mulheres negras fortes, morreu aos 96 anos nesta quinta-feira (28).
A informação foi divulgada pelo empresário dela, Larry Thompson, em um comunicado. A causa da morte não foi informada.
Tyson foi indicada ao Oscar por "Lágrimas de Esperança", de 1972, em que fez uma elogiada interpretação da mulher de um homem condenado à prisão por um crime pouco significativo.
No entanto, só levou a estatueta para casa em 2018, quando foi premiada com um Oscar honorário. Foi a primeira atriz negra a receber a homenagem.
Ela ganhou dois prêmios Emmy pelo filme "The Autobiography of Miss Jane Pittman", um de melhor atriz em minissérie ou filme e outro de atriz do ano. O filme de 1974 narra a vida de uma mulher desde a escravidão até os anos 1960.
Vinte anos depois, ganhou outro Emmy por "Oldest Living Confederate Widow Tells All".
Ao longo da carreira, recebeu outras nove indicações ao Emmy, entre elas pelas interpretações de Binta, a mãe da escrava Kunta Kinte na inovadora minissérie de 1977 "Roots", a mulher do reverendo Martin Luther King Jr., Coretta, em "King" e a educadora inspiradora em " A História de Marva Collins".
Em 2011, fez parte do aclamado filme "The Help" e em 2013, aos 88 anos, ganhou um Tony por uma remontagem da Broadway de "The Trip to Bountiful", a história de uma mulher que volta para a sua pequena cidade natal.
Em 2015, estrelou com James Earl Jones em um revival da Broadway da peça "The Gin Game". O New York Times disse que Tyson e Jones provaram "que um grande talento não tem idade".
Em fevereiro de 2019, aos 94 anos, a atriz posou para a capa da revista Time e um entrevistador perguntou se ela pensava em se aposentar. "E fazer o que?" foi a resposta.
Tyson dizia tratar de questões importantes para ela, como raça e gênero, por meio de sua carreira. Ela afirmou em entrevista à CBS que enxergava a hierarquia de Hollywood como uma escada com homens brancos no topo, seguidos por mulheres brancas e homens negros. As mulheres negras estavam por baixo.
Nascida em Nova York, ela cresceu no bairro do Harlem e foi secretária e modelo antes de começar a atuar. Foi uma das primeiras atrizes negras a aparecer regularmente na televisão dos Estados Unidos, interpretando a secretária de George C. Scott na série "East Side, West Side".
Tyson foi casada com a lenda do jazz Miles Davis de 1981 a 1988 e Davis, que morreu em 1991, a pôs na capa de seu álbum "Sorcerer".
O casamento deles foi difícil, perturbado por relatos de suposta traição, violência doméstica e abuso de drogas. Mas em uma entrevista de 2015 para a CBS, ela disse "eu realmente não falo sobre isso, mas direi o seguinte 'valorizo cada momento que tive com ele'".
Seu empresário contou que ela pensava em suas memórias como uma árvore de Natal decorada com todos os enfeites de sua vida pessoal e profissional. "Hoje ela colocou o último enfeite, uma estrela, no topo da árvore ”, afirmou.
A atriz Viola Davis, que atuou com Tyson na série "How to Get Away with Murder", de 2015 a 2020, disse ter ficado desolada com a notícia da morte. "Você era tudo para mim!", escreveu no Instagram. "Você me fez sentir amada, vista e valorizada em um mundo onde ainda existe uma capa de invisibilidade para nós, meninas do chocolate escuro."
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters