Centro português que guarda acervo de Paulo Mendes da Rocha concederá bolsas

Casa da Arquitectura, sediada em Matosinhos, possui extensa coleção com documentos brasileiros

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São Paulo

A Casa da Arquitectura, entidade sem fins lucrativos sediada em Matosinhos, Portugal, vai conceder bolsas de doutoramento e dará suporte a estudiosos da área graças a uma apoio recebido do governo português.

Ficarão disponíveis para estudo os acervos de arquitetura depositados no centro. Destaque para a Coleção Brasil, que integra mais de 50 mil documentos, com materiais que datam desde os anos 1930, e onde está depositado o espólio integral do arquiteto Paulo Mendes da Rocha, morto em maio deste ano. Ele mesmo fez a doação para a Casa em 2020 e, na ocasião, esses quase 9.000 itens saíram do país sob protestos de entidades e arquitetos brasileiros.

Retrato do arquiteto Paulo Mendes da Rocha, que morreu aos 92 anos, em São Paulo. Eduardo Knapp/Folhapress/

Arquiteto Paulo Mendes da Rocha posa no seu escritório na rua Bento Freitas em Sao Paulo em 2019. Folhapress/Eduardo Knapp

Em atividade desde 1955, foi realmente descoberto pelo mundo quatro décadas mais tarde, quando as imagens da Pinacoteca do Estado e do MuBE (Museu Brasileiro da Escultura e Ecologia) circularam em revistas estrangeiras. Eduardo Knapp/Folhapress/

Em 2006, Mendes da Rocha tornou-se o segundo arquiteto brasileiro depois de Oscar Niemeyer, em 1988 a vencer o Pritzker, apelidado Nobel da arquitetura. Folhapress/Eduardo Knapp

Em 2016, o arquiteto recebeu o Leão de Ouro de Veneza e o Prêmio Imperial do Japão. Em 2017, seria a vez da medalha de ouro do Riba (Royal Institute of British Architects). Eduardo Knapp/Folhapress/

O arquiteto Paulo Mendes da Rocha durante entrevista à Folha em 2019. Eduardo Knapp/Folhapress/

Paulo Mendes da Rocha foi convidado por João Batista Vilanova Artigas a dar aulas na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, em 1961. Tuca Vieira / Folhapress/

Em 1969, porém, Paulo Mendes foi cassado pelo governo militar. Não pôde mais dar aulas que retomaria em 1980, com a Anistia, indo até 1998, quando se aposentou compulsoriamente aos 70. Folhapress/Rivaldo Gomes

Paulo Mendes da Rocha em seu escritório no centro de São Paulo, após vencer o Leão de Ouro da Bienal de Veneza. Folhapress/Eduardo Knapp

Além do já citado MuBE, destacam-se entre seus projetos a Pinacoteca do Estado, que concebeu em 1992 com Eduardo Colonelli, readequando um edifício de 1900 de Ramos de Azevedo, e o projeto original do Museu da Língua Portuguesa, de 2006, instalado na Estação da Luz e desenvolvido com seu filho Pedro. Folhapress/Adriano Vizoni

Duas grandes obras suas ficaram sem terminar a Praça dos Museus da USP; que não teve fim por problemas orçamentários, e o Cais das Artes, complexo artístico e museológico em Vitória, paralisado por longos anos devido a imbróglios judiciais. Folhapress/Eduardo Knapp

Era comum, ainda na década de 2000, ver Mendes da Rocha passeando ao lado de sua segunda mulher, a arquiteta e designer de joias Helene Afanasieff, pelo bairro de Higienópolis. Folhapress/Diego Padgurschi

O arquiteto brasileiro Paulo Mendes da Rocha, que morreu aos 92 anos, em seu escritório, no centro de São Paulo. Folhapress/Diego Padgurschi

Paulo Mendes da Rocha, em retrato em 2013. Folhapress/Fabio Braga

Paulo Mendes da Rocha em Vitória, onde projetou o Cais das Artes, novo complexo cultural da cidade que ficou inacabado. Folhapress/Adriano Vizoni

O arquiteto em participação na Flip, em Paraty, em 2014. Folhapress/Danilo Verpa

O presidente do Sesc, Danilo Miranda, ao lado do arquiteto Paulo Mendes da Costa, responsável pelo projeto do Sesc 24 de Maio. Folhapress/Eduardo Knapp

Paulo Mendes da Rocha deixa a mulher, Helene, e os filhos Renata, Guilherme, Paulo, Pedro, Joana e Naná. Folhapress/Adriano Vizoni

Paulo Mendes da Rocha na abertura de evento de 2013. Folhapress/Zanone Fraissat

Paulo Mendes da Rocha morreu aos 92 anos por um câncer de pulmão. Folhapress/Marcus Leoni

Ao todo, serão dez bolsas de doutoramento por ano, além de dois contratos de apoio a doutorandos, durante cinco anos. Os benefícios são destinados a estudantes e universidades ligados a Portugal.

Os Ministérios da Cultura, da Economia, do Ambiente e da Ciência de Portugal assinaram um acordo que resultará no investimento de € 750 mil por ano na Casa de Arquitectura e seus projetos.

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