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Além de 'Top Gun', veja outros filmes com conteúdo homoerótico

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São Paulo

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A estreia da sequência tardia "Top Gun: Maverick", em cartaz nos cinemas, trouxe à tona novamente a famosa análise de Quentin Tarantino, que defendeu que "Top Gun", de 1986, era um filme sobre um grupo de pilotos gays. O monólogo do diretor de "Pulp Fiction" foi proferido no filme "Vem Dormir Comigo", de 1994, mas reverbera até hoje.

Ao longo do tempo, muitos outros filmes foram analisados por seu conteúdo involuntariamente homoerótico —ou não tão involuntário assim. Até o site IMDB, a bíblia dos dados cinematográficos, tem uma lista com o top 20 dos filmes "unintentionally gays". Alguns estão disponíveis no streaming e na lista abaixo.

E confira ainda uma seleção de filmes e séries para celebrar o Mês do Orgulho LGBTQIA+.

300
Relações homossexuais sempre foram normais na história grega, mas não é disso que "300" trata nem por isso entrou na lista, mas pela estética. É um desfile de guerreiros com barrigas tanquinho banhadas a óleo, sungas apertadas e espadas em punho. O site da revista de tecnologia e cultura pop Wired listou dez motivos pelos quais o filme inspirado na HQ de Frank Miller era homoerótico. Entre eles, cita a cena em que Xerxes (Rodrigo Santoro) caminha ao redor do rei inimigo Leônidas (Gerard Butler), coloca as mãos em seus ombros e pede sussurrando que ele se curve.
Disponível na HBO Max (117 min.)

Batman & Robin
As fantasias de Batman e Robin nunca foram tão fetichistas quanto neste filme de 1997, o segundo da franquia com comando de Joel Schumacher, diretor assumidamente gay já morto. Talvez seja o filme do herói que mais se aproxima da estética camp da famosa série da TV. George Clooney, que fazia o herói, declarou em uma entrevista: "Eu usava um collant com mamilos de borracha. Eu poderia ter feito um Batman hétero, mas eu o fiz gay."
Disponível na HBO Max (125 min.)

Cena do filme "Batman & Robin" com George Clooney e Chris O'Donnell - Divulgação

Ben-Hur
Amigos de juventude, o judeu Ben-Hur (Charlton Heston) e o romano Messala (Stephen Boyd) se desentendem após o segundo se tornar chefe das legiões romanas. Messala faz com que Ben-Hur perca tudo e viva como escravo, mas, anos depois, os dois são colocados frente a frente. No documentário "O Outro Lado de Hollywood" (1995), Gore Vidal conta que recebeu o roteiro de William Wyler para tentar melhorá-lo e disse: "Quero tentar uma coisa. Digamos que eles se conheçam há muito tempo. Foram amantes e agora se reencontraram, e o romano quer reatar o romance (...). Não será declarado, mas ficará claro que Messala é apaixonado por Ben-Hur". Wyler respondeu: "Gore, isto é Ben-Hur. O subtítulo é ‘Um Conto de Cristo’... Bem, é melhor do que o que temos. Vamos tentar". Depois Wyler completou: "Fale com Boyd, o Messala. Não diga nada a Heston. Ele desmoronaria. Deixe ele comigo". "Ben-Hur" é um dos recordistas do Oscar, com 11 estatuetas, incluindo a de melhor ator para o machão Heston.
Disponível na HBO Max (212 min.)

Entrevista com o Vampiro
A mordida de um vampiro representa penetração, troca de fluídos e prazer (dele, pelo menos). Normalmente é uma metáfora para sexo, mesmo quando o tal vampiro brilha na luz do sol, como os de "Crepúsculo". Em "Entrevista", Lestat (Tom Cruise) seduz Louis (Brad Pitt) antes da mordida. Mais tarde, Armand (Antonio Banderas) também quer que Louis seja seu companheiro pela eternidade. O grande crítico Roger Ebert já falava do "forte elemento de homoerotismo na forma como o pescoço é descoberto" no encontro entre Louis e Lestat.
Disponível na HBO Max (122 min.)

A Hora do Pesadelo 2 - A Vingança de Freddy
A sequência de sucesso que revelou Johnny Depp e eternizou Freddy Krueger nas festas de Halloween tem uma relação mínima com o original: basicamente, o protagonista Jesse (Mark Patton) foi morar na mesma casa, o que o torna alvo de Freddy. Mas, em vez de perseguir o adolescente, Freddy recorre à possessão para fazê-lo cometer seus assassinatos. No primeiro deles, encontra o professor de educação física numa casa noturna, trajando roupas justas de couro. Quando o professor o leva para a escola para lhe dar um castigo, surge Freddy, que magicamente o despe, amarra seus braços e lhe aplica uma surra de toalha molhada no traseiro antes de rasgar suas costas com as facas afiadas da luva. Depois do filme o jovem Patton, que era gay, resolveu se aposentar precocemente indicando a homofobia de Hollywood na época. Hoje ele é designer de interiores.
Disponível na HBO Max (87 min.)

Top Gun - Ases Indomáveis
O piloto rebelde Maverick (Tom Cruise) vai para uma escola de elite para tentar se transformar num top gun, se apaixona pela instrutora e entra em atrito com o coleguinha Iceman (Val Kilmer). Para além das cenas de vôlei de praia e do vestiário cheio de corpos brilhando, o subtexto gay do filme ficou famoso após um monólogo de Tarantino citado no começo do texto. "Tem o Maverick, certo? Ele está no limite. E você tem o Iceman e seu grupo. Eles são gays, eles representam os homens gays, certo? E eles estão dizendo (para Maverick): ‘Vá, vá para o lado gay, vá para o lado gay’, certo? Ele pode ir por ambos os caminhos". Um clássico.
Disponível no Star+ (110 min.)

o que tem de novo

American Crime Story - Impeachment
Com algum atraso no Brasil (estreou em setembro de 2021 nos EUA), chega ao streaming a nova temporada de "ACS". Depois dos casos de O.J. Simpson e Gianni Versace, a terceira leva de episódios expõe todo o entorno, a investigação e a repercussão do affair com a estagiária Monica Lewinsky que quase custou o cargo do presidente Bill Clinton. A trama supervisionada pela própria Lewinsky dá voz a outros personagens, como a oportunista Linda Tripp (Sarah Paulson, quase irreconhecível), uma funcionária veterana, escanteada pelo governo do democrata, que se aproveitou da ingenuidade da estagiária. Detalhe: ao acessar o Star+, o usuário perceberá a imagem da série "Versace" (a segunda temporada) em destaque, mas pode clicar que ela dará acesso à "Impeachment" (ou às outras duas temporadas). Leia mais sobre a série.
Disponível no Star+ (10 episódios)

+ Dica bônus
15 Minutes of Shame
Monica Lewinsky é a produtora deste documentário lançado no ano passado cujo título brinca com a famosa frase de Andy Warhol ("no futuro, todos terão seus 15 minutos de fama") depois adaptada por Banksy ("no futuro, todos terão 15 minutos de anonimato"). A experiência de Lewinsky, talvez a primeira pessoa destruída pela internet, é apenas o ponto de partida para mostrar outros casos de cancelamento online, que tiram informações de contexto ou exacerbam pequenas falhas. O longa também escuta especialistas e historiadores sobre a cultura da vergonha pela exposição pública, que começou muito antes da internet (tem até a ceninha da "caminhada da vergonha" de Cersei em "Game of Thrones").
Disponível na HBO Max (85 min.)

Culpado Por Suspeita
Este bom filme de 1991 relembra o período do macartismo, durante a Guerra Fria, quando pessoas eram perseguidas por supostas ligações com atividades consideradas comunistas. Uma das classes que mais sofreu foi a artística, com profissionais de Hollywood caindo na lista negra e sendo proibidos de trabalhar. É o caso do renomado diretor de cinema David Merrill (Robert de Niro), que é chamado a depor para entregar colegas supostamente comunistas —se não deletar ninguém, é tratado como cúmplice. O filme tem ainda uma rara performance de Martin Scorsese como coadjuvante.
Disponível no Star+ (105 min.)

O Pai da Noiva
Data de 1950 a primeira versão de "O Pai da Noiva", com Spencer Tracy como o pai, e Elizabeth Taylor como a noiva, em filme que chegou a ser indicado ao Oscar. Steve Martin não é nenhum Spencer Tracy, mas fez uma adaptação de sucesso em 1991, tanto que ganhou uma sequência. Nas duas, contracenava com Diane Keaton e com o parça Martin Short (dupla que voltou a ativa na série "Only Murders in the Building", no Star+). A nova versão que acaba de aterrissar na HBO Max deixa a nostalgia pai/filha de lado e ganha um componente latino ao colocar Andy Garcia como o pai de origem cubana que se tornou um arquiteto bem-sucedido. Ele é casado com Gloria Stefan, decidida a pedir o divórcio. Porém, quando vão anunciar o rompimento, a filha volta de Nova York com a notícia de que vai se casar com um rapaz de origem mexicana. Não tem o charme do original ou a graça da refilmagem dos anos 1990, mas ainda vale como "sessão da tarde light".
Disponível na HBO Max (117 min.)

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