Salman Rushdie perdeu função de um olho e de uma das mãos, diz agente
Autor anglo-indiano foi vítima de um atentado em agosto, no qual foi ferido gravemente no pescoço e no abdômen
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O saldo do ataque sofrido pelo escritor Salman Rushdie em agosto durante um evento numa cidade no estado americano de Nova York foi a perda da visão de um olho e o movimento de uma das mãos, confirmou seu agente em entrevista ao jornal El País no último sábado.
Dois meses após o ocorrido, Andrew Wylie ressaltou que os ferimentos causados por mais de uma dezena de facadas foram profundos. "Ele tinha três ferimentos graves no pescoço. Uma mão está incapacitada porque os nervos do braço foram cortados. E ele tem cerca de mais 15 feridas no peito e no torso. Então, foi um ataque brutal", disse o agente.
Wylie disse que não poderia dar mais informações sobre se Rushdie está internado ainda ou não, mas afirmou que ele viverá.
O suspeito do ataque, Hadi Matar, de 24 anos, invadiu o palco da Chautauqua Institution, localizado na cidade de mesmo nome, a cerca de sete horas de carro de Nova York, e esfaqueou o escritor anglo-indiano de 75 anos no pescoço e abdômen.
Não é primeira vez que ele, um dos maiores escritores de sua geração, é atacado. A perseguição que ele sofre remonta a 1988, quando Rushdie publicou "Os Versos Satânicos", romance de fantasia que foi considerado ofensivo a Maomé e à fé islâmica.
Então, o aiatolá Khomeini defendeu que o escritor fosse assassinado, e a perseguição foi mantida em vigor pelas mais altas autoridades religiosas do país em 2005.
O primeiro atentado contra sua vida foi em 1989, um ano após a publicação do livro, quando um terrorista preparou um livro-bomba, a ser entregue a Rushdie num hotel em Londres. A bomba acabou explodindo antes do planejado, matando o próprio autor do atentado, que foi sepultado como "o primeiro mártir a morrer em uma missão para matar Salman Rushdie"
Apesar de oficialmente a fatwa —um decreto religioso, no caso, uma que ordenou a morte de Rushdie por blasfêmia a Maomé— já ter sido dita como encerrada em 1998 pelo ex-presidente iraniano Mohammad Khatami, na prática, a perseguição nunca parou.
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