Morre Caroline Pivetta, pichadora presa por ataque à Bienal de 2008, aos 39 anos
Conhecida como Carol Susto's, gaúcha foi a única detida na intervenção sob o pavilhão vazio do Parque do Ibirapuera
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
A pichadora Caroline Pivetta morreu no último domingo (5), aos 39 anos. Ela teve uma morte por suicídio, após um período de tratamento de depressão em Porto Alegre. A informação foi confirmada por Djan Ivson, o Cripta, do coletivo Pixação SP.
Conhecida entre os pichadores como Carol Susto's, Pivetta foi a única presa no protesto na Bienal de Arte de São Paulo de 2008. Na ocasião, em 26 de outubro, um grupo de 40 pichadores pintou com spray o pavilhão vazio no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, em manifestação contrária à decisão dos curadores sobre o espaço —conhecido como "Bienal do Vazio".
Pivetta, então com 23 anos e parte do coletivo Sustos, foi detida pela Polícia Militar e ficou presa por 53 dias na Penitenciária Feminina de Santana pelo caso. Ela chegou a ser condenada a um regime semiaberto de quatro anos, por dano ao patrimônio histórico e formação de quadrilha, mas o caso prescreveu.
"Tanto grafite quanto 'picho' são underground, coisa do fundão. Não são feitos para exposição em galeria", disse a pichadora quando estava na prisão. "A parada que faço é na rua, é para o povo olhar e não gostar. Uma agressão visual".
O caso seria retratado em 2021, no curta-metragem "Pivetta", dirigido por Diógenes Muniz e Douglas Lambert.
O grupo de Pivetta seria convidado depois a participar da Bienal de 2010, com três membros expondo no mesmo pavilhão. Convidada para a abertura e o evento, ela recusou o chamado. "Eu pensei muitas vezes —em ir, em não ir— e algo me diz que não é para eu estar lá dessa forma. Pode ser um pingo de mágoa, não sei explicar", disse na época.
Naquele ano, ela também desistiu de participar da Street Bienal, evento de arte de rua em São Paulo onde serviria de madrinha e trabalharia sobre uma obra de Mohamed Bourouissa, no centro. Na ocasião, ela alegou problemas com o cachê e falta de segurança por parte da organização.
Depois disso, Pivetta viajaria para fora, trabalhando junto do Pixação SP em produções em Berlim, na Alemanha, e em São Petersburgo. Ela teve produções expostas na Bienal de Berlim de 2012.
Caroline Pivetta deixa duas filhas, que ficam sob a guarda da avó materna. O corpo foi enterrado nesta terça-feira (7), em Porto Alegre.
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters