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Quem foi o ativista LGBT que invadiu a cerimônia do Oscar pelado há 50 anos

Robert Opel correu nu pelo palco da premiação e foi assassinado após fundar a primeira galeria homoerótica em San Francisco

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São Paulo

Em 1974, o ator britânico David Niven, que apresentava a 46ª cerimônia do Oscar, estava pronto para chamar Elizabeth Taylor ao palco para revelar qual seria o melhor filme daquele ano. Mas seu discurso foi interrompido por um homem pelado correndo pelo palco.

Na cerimônia do Oscar de 1974, enquanto David Niven se preparava para apresentar Elizabeth Taylor, o artista e ativista Robert Opel conseguiu driblar a segurança da premiação e apareceu pelado no palco - Reprodução

Niven falava sobre o caos no mundo e como o cinema era um escape da insanidade quando o ativista bissexual Robert Opel passou nu atrás do apresentador fazendo o símbolo de paz e amor com a mão. Na época, Opel era fotógrafo da revista LGBTQ The Advocate, e mais tarde ele abriria a primeira galeria homoerótica em San Francisco.

A plateia que assistia a mais importante cerimônia para a indústria cinematográfica, no Pavilhão Dorothy Chandler, em Los Angeles, caiu na gargalhada.

Opel também invadiu pelado uma reunião do Conselho Municipal de Los Angeles, interrompendo uma discussão sobre tornar ilegal a nudez nas praias. A galeria Fey Way, por ele fundada na cidade que se tornou símbolo dos direitos LGBTQ na Califórnia, se tornou referência na exibição de obras homoeróticas e lançou artistas como Tom Of Finland, Robert Mappelthorpe e Rex.

Foi na Fey Way que Opel foi assassinado, pouco depois de Harvey Milk, primeiro político abertamente gay eleito na Califórnia, levar cinco tiros de Dan White, absolvido da acusação de homicídio doloso —quando há intenção de matar— e condenado a sete anos de prisão.

Opel criou uma performance satírica para protestar contra a decisão da Justiça americana. Dois dias depois da apresentação, na noite do dia 7 de julho de 1979, dois homens invadiram a galeria e atiraram contra Opel, depois de mantê-lo como refém junto a sua namorada e seu ex-namorado, que também estavam no local. Um dos assassinos foi sentenciado a uma pena mínima de 25 anos de cadeia e, o outro, condenado a prisão perpétua.

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