Siga a folha

Descrição de chapéu Livros

Paulo Coelho relembra a ditadura e diz que não quer saber quem o denunciou

Escritor conta em inglês no X, antigo Twitter, que foi raptado e espancado, além de ter ficado em confinamento solitário

Assinantes podem enviar 7 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

São Paulo

Neste domingo, o escritor Paulo Coelho fez um relato em diversas postagens na rede social X, o antigo Twitter, de quando foi preso, interrogado e torturado durante a ditadura militar. O episódio aconteceu em 1974, portanto durante o período de vigência do AI-5, tido como o mais duro dos anos de chumbo.

Coelho relatou, em inglês, que agentes do Dops, o Departamento de Ordem e Política Social da ditadura, invadiram seu apartamento no Rio de Janeiro e o levaram à força para uma delegacia, onde foi interrogado e fichado, antes de ser liberado depois de poucas questões.

O escritor brasileiro Paulo Coelho fotografado no prédio onde mora em Genebra, na Suíça - Rezo.ch

Ao sair, ele entra num táxi para ir a para a casa de seus pais, mas dois carros cercam o táxi e de dentro de um deles sai um homem com uma arma, que ordena a Coelho que deixe o veículo. O escritor é então raptado e levado para um lugar onde é continuamente espancado. Ele não sabe onde está dado que um capuz cobre seu rosto.

No dia seguinte, Coelho é levado para uma sala escura e muito fria, devido ao ar condicionado gelado, onde ouve uma sirene tocar incessantemente. Ele relata ter desmaiado diversas vezes e perdido a conta de quantos dias ficou lá.

Coelho, que na época era um músico de rock, vai então para o confinamento solitário por mais um tempo, até que um dia lhe é ordenado que vista um capuz sobre o rosto e entre no porta-malas de um carro. O veículo dirige por uns minutos e o liberta numa praça do Rio que ele não sabe qual é.

No relato, o autor diz que seu biógrafo, Fernando Morais, soube da história em detalhes quando os arquivos da ditadura ficaram disponíveis para consulta pública. Morais pergunta a Coelho se ele quer saber quem o delatou, mas o escritor diz que não porque isto não vai alterar o passado.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas