Babenco escreveu na juventude poemas até hoje inéditos; leia
Livro de conversas e memórias do cineasta morto em 2016 sai este mês pela editora Nós
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
[SOBRE O TEXTO] Os dois poemas inéditos nesta página integram o livro “Mr. Babenco - Solilóquio a Dois sem Um”, no qual o cineasta, em conversa com a atriz Bárbara Paz, sua esposa, relembra momentos marcantes de sua vida e carreira. O livro, com lançamento previsto para o fim deste mês pela editora Nós, reúne fotografias e poemas feitos por Babenco na juventude.
Uma lágrima
não é tudo
ou quase nada.
Especialmente agora
que revi
o túnel, o espelho, a mirada oca.
E a carne geográfica do nosso passado.
Eclipses de
cores formadas na mágica
de olho reconstrutor,
na mais vaga espumatura.
Estive lá, te estando
e te vendo ser
Microscópica porcelana
vento aguado
tensão de línea inacabada pela curva do mundo.
Te quiero
e afundas na distância
E escorres por entre a pele o árido leitoso
Da minha dor.
Tua letra
é o fascínio
daquilo que não se esquece.
O trejeito do rosto, este sim,
se dilui
se apaga
se atropela
se corrompe
se desfaz
se recompõe
gravita
e dela emerge
um totem
silencioso e terminal.
Alado e jovial.
Simplesmente
isso.
Hector Babenco foi um cineasta argentino naturalizado brasileiro (1946-2016). Dirigiu “Pixote” (1980), “O Beijo da Mulher Aranha” (1985) e “Carandiru” (2003), entre outros.
Ilustração de Bomju Coelho, artista visual.
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters