BC da Argentina eleva taxa de juros a 45%

Tesouro argentino também instruiu o banco a descontinuar vendas de dólares devido à liquidez do peso

Já é assinante? Faça seu login

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Buenos Aires | Reuters

A Argentina elevou sua taxa básica de juros para 45% ao ano, frente a 40%, informou o banco central nesta segunda-feira (13), após o peso despencar em decorrência de um escândalo de corrupção que envolveu políticos e empresários argentinos e também com o forte recuo da lira turca.

O banco central também emitirá menos em lebac, ou dívida de curto prazo emitida pelo banco central, que deverá vencer para reduzir o endividamento, informaram autoridades do banco nesta segunda-feira.

O movimento é consistente com US$ 50 bilhões (R$ 195 bilhões) em empréstimo que o país obteve no começo deste ano junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI), disse o porta-voz do fundo, Gerry Rice, em comunicado.

O Tesouro da Argentina também instruiu o banco central a descontinuar suas vendas diárias de dólares americanos por causa da liquidez do peso, disse informou a pasta em nota.

Protesto em Buenos Aires contra negociação do governo. AFP/EITAN ABRAMOVICH

Uma combinação de tropeços internos e um cenário externo mais turbulento levaram a Argentina à atual crise cambial. AP/Victor R. Caivano/AP

A valorização global do dólar provocou uma desvalorização nas moedas dos países emergentes como Brasil, Colômbia e Turquia. Mas a onda pegou a Argentina em um momento de particular fragilidade política e econômica. AP/Victor R. Caivano

O peso se depreciou muito nas últimas e isso tem um impacto grande em um país dolarizado como a Argentina, em que as pessoas poupam em dólar. /MARTIN ZABALA

A Argentina tem uma taxa de inflação muito mais elevada do que a do Brasil e a de outros países latino-americanos. No ano passado, foi de 25%. No Brasil, de 2,95%. Xinhua/Martín Zabala/Xinhua

Além disso, nos primeiros quatro meses do ano, uma seca severa ajudou a inflamar os preços dos alimentos e baixou expectativas de receitas com a exportação de grãos. AFP/EITAN ABRAMOVICH/AFP

O resultado é uma inflação que está rodando acima de 2% e que, nos primeiros três meses do ano, foi de 6,7%. AFP/RAMIRO GOMEZ/AFP

A alta no preço dos alimentos elevou a insatisfação dos argentinos, que já estavam desgostosos com o impacto de reajustes nos preços das tarifas de energia e de transportes, congelados durante anos nas gestões de Néstor e Cristina Kirchner. REUTERS/MARCOS BRINDICCI/Reuters

Para tentar conter a crise cambial, o banco central argentino subiu os juros três vezes em uma semana, gerando mais protestos. AFP/IRMA MONTIEL/AFP

Macri é considerado um dos presidentes mais reformistas no poder hoje, aprovou mudanças na Previdência Social contra a qual os argentinos protestaram, com registro de episódios de violência entre manifestantes e policiais e já enviou ao Congresso proposta para alterar as regras trabalhistas. AFP/EITAN ABRAMOVICH

Polícia dispara bala de borracha durante protesto contra reforma previdenciária de Macri. AP/Natacha Pisarenko

Servidores públicos protestam contra demissões promovidas por Macri. AFP/JUAN MABROMATA/AFP

O impopular aumento de tarifas provocou fissuras na coalizão política que sustenta Mauricio Macri, o que deixou investidores desconfiados sobre a capacidade de o presidente executar as transformações econômicas que prometeu. AP/Natacha Pisarenko

A desconfiança de investidores cresceu com a suspeita de que o banco central da Argentina esteja sofrendo influência política, desde que o governo decidiu rever a meta de inflação deste ano de 8% a 12% para 15%. /[e]MARTIN ZABALA

Para tentar conter a crise cambial, Macri decidiu pedir ajuda ao FMI. REUTERS/POOL New/Reuters

A diretora-geral do FMI, Christine Lagarde, o presidente da Argentina, Mauricio Macri, e o ministro da Fazenda argentino, Nicolás Dujovne, durante encontro do G20. REUTERS/POOL New/Reuters

O ministro da Fazenda, Nicolás Dujovne, disse que o pedido de ajuda ao FMI é preventivo. AFP/EITAN ABRAMOVICH/AFP

Mas o pedido de socorro ao FMI gerou certo assombro entre investidores estrangeiros. /

Os investidores buscam informações para tentar entender a crise argentina. Enquanto isso, os argentinos também sentem a volatilidade da moeda e dificuldade para organizar as finanças. AP/Victor R. Caivano/AP

O peronismo da ex-presidente Cristina Kirchner que vendeu a saída do país do FMI como uma espécie de independência financeira, após a grande crise de 2001 aspira voltar ao poder e pode ameaçar a reeleição de Macri t. REUTERS/MARTIN ACOSTA/Reuters

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas

Principais do dia

Chuvas no Sul

Com chuvas e falha de escoamento, Porto Alegre deve seguir debaixo d'água nas próximas semanas

Professor de Geologia diz que fim da enchente depende de maré baixa e pode causar problemas na região de Rio Grande, onde fica o delta de vazão da lagoa dos Patos

7.mai.2024 às 18h25

Chuvas no Sul

Senado aprova projeto que reconhece calamidade e facilita socorro ao Rio Grande do Sul

Relator do texto, senador Paulo Paim fez discurso emocionado e agradeceu a brasileiros por solidariedade

7.mai.2024 às 18h22

Análise

Lula demora em anunciar medidas e erra ao ir e voltar do RS em tragédia histórica

Presidente anunciou a medida mais incisiva para enfrentar a crise uma semana após início das enchentes

7.mai.2024 às 18h00