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Morre empresário e ex-ministro Roberto Gusmão

Foi presidente da cervejaria Antártica e participou do processo de redemocratização do Brasil

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São Paulo

Morreu na tarde deste sábado (17), aos 96 anos, de uma parada cardiorrespiratória, Roberto Gusmão, empresário, advogado e político. Nascido em Belo Horizonte, morou em São Paulo e participou da articulação da redemocratização do Brasil e foi presidente da cervejaria Antártica

Gusmão começou sua trajetória política como presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes) em 1947. Durante sua gestão e no governo de Getulio Vargas, entrou na campanha nacionalista do petróleo (“O petróleo é nosso”) para a criação da Petrobras. 

O presidente Fernando Henrique Cardoso (à direita) e Roberto Gusmão - 13.mai.2001 - Vania Delpoio/Folhapress

Foi um dos fundadores da Easp (Escola de Administração de Empresas de São Paulo) da FGV (Faculdade Getulio Vargas) e o primeiro professor de direito trabalhista da instituição. Teve, à época, entre seus alunos, Abílio Diniz. 

Após o golpe militar de 1964, Gusmão teve seus direitos políticos cassados e foi proibido de lecionar. 

Segundo Sérgio Gusmão Suchodolski, presidente do BDMG (Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais) e neto de Gusmão, o avô começou então uma trajetória na iniciativa privada. 

Fez parte da operação de compra de uma cervejaria de Ribeirão Preto (SP) pela Antártica e foi presidente da empresa até o final da década de 1970. 

Em março de 1983, assumiu a presidência do Badesp (Banco de Desenvolvimento do Estado de São Paulo) e foi Secretário de Governo na gestão de Franco Montoro. 

Participou do movimento de redemocratização do Brasil, articulando a campanha de Tancredo Neves. Antes da morte do presidente-eleito, Gusmão foi nomeado ministro da Indústria e Comércio e ficou no cargo por cerca de um ano, na gestão de José Sarney. 

“Ele teve um papel muito emblemático nesse processo e transitou pelo meio empresarial e político com muito sucesso”, disse Suchodolski. 

No final da década de 1990, o advogado participou da fusão da Brahma com a Antártica e atuou na aprovação do processo pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Ficou no conselho a AmBev até os 88 anos. 

De acordo com o neto, Gusmão continuou ativo até os últimos dias de vida. Deixa esposa, bisnetos, quatro filhos, nove netos e amigos. Velório será às 9h deste domingo (18) no Cemitério do Morumbi, em São Paulo, onde será também o enterro, às 13h. 

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