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Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

Guedes afirma que demitiria grevistas se fosse presidente da Petrobras

Ministro diz que funcionários da estatal deveriam ter impedido esquema de corrupção da empresa

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Washington

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta segunda-feira (25) que, se fosse o presidente da Petrobras e a empresa fosse privada, demitiria os funcionários que entraram em greve nesta semana

Segundo o ministro, é "imprudente" que pessoas usem do mecanismo de greve para conseguir benefícios em uma empresa como a Petrobras e que esses trabalhadores deveriam ter evitado e protestado contra o esquema de corrupção que, na sua avaliação, destruiu a estatal.

"Todos os sinais [econômicos] melhorando e greve na Petrobras. Só porque melhorou, querem greve? É empresa pública ou privada? É Estado e Bolsa. Uma greve importante, demite as pessoas e contrata outras pessoas que queiram trabalhar. Estou surpreso. Se eu fosse presidente de uma empresa... tem coisas que eu não quero falar."

"Você tem excelentes salários [na estatal], bons benefícios, você tem quase estabilidade de emprego e tenta usar o poder político para tentar extrair aumento de salário no momento em que há desemprego em massa? Se fosse uma empresa privada e eu fosse o presidente de uma empresa privada, eu sei o que eu faria."

Ministro da Economia, Paulo Guedes, em Washington - Olivier Douliery - 25.nov.2019/AFP

Em seguida, acrescentou que o governo brasileiro não estuda demissões nem privatização da estatal e que estava dando sua opinião como economista. No entanto, repetiu, quando questionado, que demitiria os grevistas.

"Eu estou dizendo o que eu faria, mas não tenho nada a ver com a Petrobras. Estou dizendo que, se estou [na presidência] de uma empresa que está na Bolsa, é privada, foi destruída e, agora que começa a melhorar, fazem greve para extrair ganhos só pela pressão? Num país que tem milhões de desempregados, você tem empresa quase com estabilidade de emprego, eu demitiria [os grevistas]", afirmou o ministro em Washington.

O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, acompanharia Guedes em sua viagem à capital americana para uma reunião do Fórum de Altos Executivos Brasil-EUA, mas acabou não viajando aos EUA.

Apesar de liminar contra a realização de greve, petroleiros de bases ligadas à FUP (Federação Única dos Petroleiros) pararam nesta segunda em protesto contra demissões e transferências de empregados. A mobilização levou o ministro do TST (Tribunal Superior do Trabalho) a multar e bloquear contas de sindicatos.

A greve foi anunciada na semana passada e envolve 12 dos 13 sindicatos filiados à FUP. A entidade alega que a Petrobras descumpre acordo coletivo de trabalho ao promover programas de demissão incentivada e transferir empregados em negociação prévia com os sindicatos.

Na avaliação de Guedes, porém, os funcionários querem usar de pressão para desfrutar dos "lucros extraordinários, um dos maiores dos últimos anos" da estatal. "E voltam-se ao mecanismo de sempre: vamos fazer uma greve para pegar um pouco desse dinheiro para nós."

"Não sei o que houve com os salários deles [nos últimos anos], mas sei que a Petrobras foi destruída. Eles estavam trabalhando lá, deviam ter evitado a destruição da Petrobras."

Questionado sobre o baixo poder de influência de funcionários que não faziam parte da diretoria da empresa --o esquema de pagamento e recebimento de propina funcionava entre agentes públicos e privados-- Guedes respondeu que "eles estavam trabalhando lá e deviam ter evitado a destruição da Petrobras."

"Se você é um bom funcionário, você luta pelas coisas certas. Por que não houve uma greve para impedir o assalto?"

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