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Descrição de chapéu Coronavírus

Empresa de respiradores para UTI tem salto em pedidos após coronavírus

País reduziu alíquota de importações mas vê escassez de produto vindo da China

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São Paulo

O surto de coronavírus, que em casos graves coloca pacientes nas UTIs de hospitais, fez crescer a demanda por aparelhos de respiração assistida. E evidenciou ainda o tamanho reduzido da indústria nacional desse tipo de equipamento --ao menos para enfrentar uma pandemia.

A fábrica brasileira KTK teve um salto no número de encomendas. Os pedidos começaram a crescer na semana passada, mas foi só a partir desta segunda-feira (16) que a procura se intensificou. Esta quinta (19) foi o dia mais movimentado, segundo relatos de funcionários da empresa.

A companhia não quis conceder entrevistas e tampouco abriu os números do aumento de pedidos e da produção desde que o coronavírus se espalhou pelo mundo. Mas chegou a relatar à Folha que houve uma demanda da Itália, que tentava importar respiradores para atender os doentes do país.

A KTK estava aguardando a chegada de componentes importados para pode atender a todos os pedidos.

Já foram registrados 41.035 doentes e 3.405 mortos na Itália. O Brasil tem 621 pessoas diagnosticadas e 7 mortos pela doença.

A KTK foi fundada em 1951 pelo médico Kentaro Takaoka, segundo o site da empresa. Segundo o depoimento, Takaoka era um jovem médico anestesista “cansado de tantos obstáculos que dificultavam a prática de sua profissão”. Isso teria motivado o médico a desenvolver um aparelho para ventilação artificial controlada. O primeiro aparelho foi lançado em 1955.

A outra empresa do setor localizada pela Folha foi a Magnamed. Os executivos também preferiram não conceder entrevista.

A falta de respiradores, e não de leitos de UTI, é considerada o grande gargalo para o atendimento de pacientes graves afetados pelo novo coronavírus.

“Estamos discutindo se dá para fazer algum acordo com a China. Hoje, para comprar aparelho, vamos ter que competir com a toda Europa”, afirmou o infectologista David Uip.

A produção industrial da China caiu mais de 12% em janeiro e fevereiro, na comparação com igual período de 2019, em uma forte ação para conter a expansão da epidemia.

Não há dados sobre a retomada da produção no país asiático. Uip comanda o comitê paulista de enfrentamento ao coronavírus e disse à Folha nesta quinta que o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, pediu para que ele acionasse as empresas nacionais.

Na terça (17), o Ministério da Economia zerou a alíquota de importação para 50 produtos médicos e hospitalares que estão sendo usados no combate ao coronavírus, entre eles os respiradores.

A lista também contém produtos como luvas médicos-hospitalares, álcool em gel, máscaras, termômetros clínicos, roupas de proteção contra agentes infectantes e óculos de segurança.

Em 2019, os produtos que fazem parte da lista tiveram importação de cerca de US$ 1,3 bilhões, os aparelhos respiradores que tiveram a tarifa zerada correspondem a US$ 43 milhões desse montante. As alíquotas dos aparelhos chegavam a 15%.

A medida que zerou as tarifas segue até o dia 30 de setembro de 2020.

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