Siga a folha

Europa investiga compra de aplicativo de saúde pelo Google

Comissão avalia se gigante americana prejudica concorrência ao se tornar proprietária do Fitbit

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Bruxelas

A Comissão Europeia abriu nesta terça uma investigação sobre a possível concentração de mercado provocada pela compra do aplicativo de saúde Fitbit pelo Google, por US$ 2,1 bilhões (cerca de R$ 11,13 bi).

Segundo o Executivo da União Europeia, o negócio pode acentuar a posição de mercado da companhia americana nos mercados de publicidade online, porque aumenta “a já vasta quantidade de dados que o Google poderia usar para personalizar os anúncios que exibe”.

A comissária da UE Margrethe Vestager, responsável pela política de concorrência, disse que a tendência de uso de aplicativos móveis pelos europeus é crescente, e que eles fornecem “informações importantes sobre a vida e a situação de saúde dos usuários”.

FILE PHOTO: Fitbit Blaze watch is seen in front of a displayed Google logo in this illustration picture taken, November 8, 2019. REUTERS/Dado Ruvic/File Photo ORG XMIT: FW1 - REUTERS

A investigação, segundo ela, quer evitar que o acesso aos dados distorça a concorrência no bloco. Em fevereiro, a Comissão já havia lançado regras para que gigantes de tecnologia compartilhem mais dados com concorrentes de menor porte.

Ao adquirir o Fitbit, o Google se torna também proprietário do banco de dados da empresa sobre saúde e condicionamento de seus usuários e da tecnologia para desenvolver um banco de dados semelhante ao do Fitbit.

A Comissão diz que dados coletados por meio de dispositivos portáteis de pulso “parecem ser uma vantagem importante nos mercados de publicidade online”.

“Se o Google aumentar sua vantagem na personalização dos anúncios que aparecem em seu mecanismo de pesquisa e outras páginas da internet, será mais difíceis que os rivais se equiparem a ele nesse setor”, afirma.

Segundo o órgão, isso criaria barreiras à entrada e expansão dos concorrentes e, no final, prejudicaria anunciantes, que teriam menos opções e pagariam mais caro, e veículos, que também receberiam menos com a redução nos concorrentes.

A Comissão afirma que os dados já mostram domínio do Google no fornecimento de serviços de publicidade de pesquisa on-line nos países do EEE (Espaço Econômico Europeu, formado pelos 27 membros da UE mais Islândia, Liechtenstein e Noruega), com exceção de Portugal para as quais não há dados.

O Google afirmou, no entanto, que a combinação de seu hardware com os dispositivos da Fitbit aumentaria a concorrência no setor, que tem empresas como Apple, Samsung, Xiaomi, Huawei e outros.

"Este acordo é sobre dispositivos, não dados. Deixamos claro desde o início que não usaremos dados de saúde e bem-estar do Fitbit para anúncios do Google", disse Rick Osterloh, vice-presidente sênior de dispositivos e serviços, em comunicado.

A gigante de tecnologia também tem forte posição na venda de tecnologia de anúncios nos 30 países e em serviços de publicidade gráfica online em pelo menos 20 deles.

Além disso, a Comissão vai examinar se o aplicativo dá vantagens à Google no mercado de saúde digital, que ainda está em estágio inicial na Europa, e se a companhia conseguiria atrapalhar a operação de aplicativos ou dispositivos rivais que funcionem no sistema operacional Android, do qual é dono.

Na fase inicial da transação, anunciada em 15 de junho, o Google se comprometeu a criar um silo de dados (armazenamento virtual no qual dados coletados por dispositivos vestíveis são mantidos apartados e outros dados do Google). A Comissão, porém, considera que a medida é insuficiente para descartar as dúvidas sobre possíveis impactos da compra na concorrência europeia.

Em junho, a UE abriu investigação também sobre dano à concorrência provocado pela Apple.

Com Reuters

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas