Siga a folha

PEC cria bola de neve de R$ 580 bi em precatórios não pagos, estima consultoria da Câmara

Medida estabelece um teto anual para pagamentos de sentenças judiciais pelo governo federal

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Brasília

Levantamento elaborado pela consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara estima que a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos Precatórios deve gerar uma bola de neve de R$ 580 bilhões em precatórios não pagos até 2036.

O texto, que foi aprovado pela Câmara e ainda depende de análise do Senado, cria um limite anual para pagamento das sentenças judiciais pelo governo.

A medida é defendida pela equipe do presidente Jair Bolsonaro com o objetivo de abrir espaço nas contas federais para bancar o Auxílio Brasil. A ideia é também permitir outros gastos, como é o caso da promessa feita pelo mandatário de reajuste salarial a servidores públicos.

Cédulas de real São Paulo - Gabriel Cabral - 21.ago.2019/Folhapress

O levantamento que estima o impacto da PEC foi produzido pelos consultores Ricardo Volpe e Sérgio Sambosuke a pedido de deputados.

O modelo parte de algumas premissas para simular o volume de precatórios que pode ser emitido nos próximos anos.

As contas consideram o período até 2036, ano final da vigência do teto de gastos, regra que limita as despesas públicas federais à variação da inflação.

No cenário tratado pelos consultores como prudencial, a inflação ficará em 10% em 2021, 5% em 2022 e 3,25% nos anos seguintes. O cálculo considera que o volume das sentenças judiciais seguirá o ritmo da inflação ano a ano.

O documento ainda considera que 20% dos precatórios serão pagos antecipadamente com um desconto de 40% do valor. A PEC permite que os detentores desses títulos autorizem o pagamento antecipado, desde que haja a redução no valor.

Os cálculos não consideram efeito de outro instrumento instituído pela proposta, o encontro de contas entre União e governos regionais. Por meio dele, por exemplo, se um estado for detentor de um precatório federal de R$ 1 bilhão e, ao mesmo tempo, tiver uma dívida de R$ 1 bilhão com a União, esses valores poderão se anular.

"Quanto ao volume de precatórios não pagos em decorrência do teto de pagamento para sentenças judiciais, estimou-se em R$ 580 bilhões o montante de precatórios acumulados e corrigidos a serem pagos ao final de 2036", afirmam os consultores.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas