Morre Adolpho Lindenberg, ícone do mercado imobiliário e difusor do estilo neoclássico em SP

Fundador da construtora Lindenberg, empresário se notabilizou com imóveis de luxo

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São Paulo

O engenheiro e empresário Adolpho Lindenberg morreu aos 99 anos nesta quinta-feira (2), em São Paulo (SP). Fundador da construtora que leva seu nome, Lindenberg foi responsável pelo sucesso do estilo neoclássico nos condomínios verticais da capital paulista nas últimas décadas.

Em junho, o empresário faria 100 anos. A causa da morte não foi revelada.

O engenheiro Adolpho Lindenberg
Engenheiro Adolpho Lindenberg: católico devoto, estava prestes a fazer 100 anos - abim.inf.br

Adolpho formou-se em Engenharia Civil e Arquitetura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie , em 1949. Em 2024, a construtora faz 70 anos.

Com o crescimento da cidade e terrenos em escassez nos anos 60, Adolpho propôs à clientela de alta renda um modelo de moradia que mantinha o conforto e o espaço das mansões, mas em condomínios verticais com grandes apartamentos. Até então, apenas a classe média morava em prédios. Alguns dos marcos são as varandas e terraços com piscinas próprias.

Com as mudanças no mercado, a construtora se diversificou, oferecendo também apartamentos menores, mas ainda seguindo o alto padrão. Os apartamentos amplos, no entanto, seguem sendo o forte da empresa. Um dos projetos atuais em construção é o Groenlândia 77, no Jardim América, próximo ao Ibirapuera, em São Paulo. Os apartamentos vão até 772 m².

Na década de 70, a construtora tem forte crescimento e chega ao Chile, Paraguai e Portugal.

Nos últimos anos, o comanda da empresa já estava com o filho de Adolpho, Adolpho Lindenberg Filho.

Em 2023, a companhia teve resultados operacionais que somaram R$ 560,6 milhões em vendas, aumento de 200,4% em relação a 2022. Os distratos totalizaram R$ 58,4 milhões.

No fim do ano, o volume de obras totalizou 95,4 mil m² em construção, compostos por cinco empreendimentos residenciais, todos em São Paulo, que somavam 513 unidades.

Em nota, o Secovi-SP, entidade do setor imobiliário na capital paulista, afirma que Adolpho deixa "um exemplo e um legado" para o mercado imobiliário. A associação também afirma que o empresário em um "homem de valor, de princípios e grande humanista".

A Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) afirmou, também em nota, que ele foi um pioneiro. "Sua paixão pela excelência e compromisso com a qualidade estabeleceram novos padrões na indústria da construção, inspirando outros a seguirem seus passos."

Católico devoto, Adolpho fundou a organização conservadora Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, em homenagem ao líder conservador de quem era primo. Foi também sócio fundador da TFP (Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade).

O corpo foi sepultado na manhã desta sexta-feira (3), no cemitério da Consolação, centro de São Paulo.

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