Gringos na Bolsa, venda de carros voadores e o que importa no mercado
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O que traz os gringos para a Bolsa?
Com alta acumulada no ano de 9,88% até esta quarta-feira (16), o Ibovespa tem mostrado força frente aos pares internacionais, enquanto o real segue se valorizando. O dólar chegou a R$ 5,13, na menor cotação em quase sete meses.
Boa parte desse movimento pode ser explicado pela entrada de dinheiro estrangeiro no país. Os gringos aportaram mais de R$ 47 bilhões no mercado acionário brasileiro neste ano.
Entenda os motivos que trazem os dólares para cá:
- Promoção: após a queda de quase 12% em 2021, a Bolsa brasileira se tornou atrativa diante da expectativa de alta de juros global. Os investidores aproveitam o momento para transferir seus recursos de ações com foco no crescimento futuro para as de setores da economia real.
- Commodities: petróleo e minério de ferro, matérias-primas ligadas às duas maiores empresas da Bolsa –Petrobras e Vale– acumulam ganhos de dois dígitos neste ano. O setor bancário é outro da chamada economia real que tem atraído recursos.
Câmbio: a entrada de dólares no país ajuda a esfriar a sua cotação. O movimento já costuma acontecer em momentos de alta das commodities, quando os exportadores repatriam os recursos das vendas.
Em termos de inflação, tradicionalmente o câmbio ajuda a amortecer o avanço nos preços das matérias-primas. A exceção aconteceu no ano passado, como explicou Samuel Pessôa nesta coluna de outubro.
Atrativo: o governo estuda isentar estrangeiros que investem em títulos privados (como dívidas de empresas) do pagamento de imposto de renda sobre seus ganhos de capital, de acordo com a agência Reuters.
Eles já são livres dessa cobrança para investimentos na dívida pública e no mercado de ações local. A ideia é que isso atraia ainda mais dólares ao país.
Heineken prevê mais custos e menos consumo
A Heineken destacou, na divulgação dos seus resultados de 2021, que seguirá aumentando os preços das cervejas como reflexo da alta de custos e ainda considerou a inflação como um limitador para o consumo da bebida.
O que explica: a segunda maior cervejaria do mundo –atrás da AB InBev, controladora da Ambev– projetou que os gargalos na cadeia de suprimentos como efeito da pandemia seguirão em 2022.
- Isso pressiona os custos para a fabricação de cerveja, e insumos como cevada e alumínio devem ficar 50% e 100% mais caros, respectivamente.
- Com mais gastos, a cervejaria aumentará os preços das bebidas, e considera que as pessoas devem consumir menos por causa disso.
E aqui? A Heineken informou em seus resultados que, mesmo com a alta de preços, o consumo de suas marcas no Brasil cresceu mais de 10% no quarto trimestre, impulsionado pelos rótulos mainstream (comuns) e premium –segmento que ela lidera.
- A companhia ainda disse que o volume de vendas no país da cerveja Heineken já atingiu o dobro em relação ao patamar pré-pandemia, em 2019, e que o Brasil se tornou o maior mercado global para a versão zero álcool da marca.
Em crescimento: o mercado de cerveja sem álcool no país saltou de um patamar de 140 milhões de litros vendidos em 2019 para 260 milhões de litros em 2021, mostrou a coluna Painel S.A.
Demanda por carros voadores continua em 2022
A Eve, subsidiária da Embraer, anunciou nesta quarta que recebeu a encomenda de até 90 eVTOLs, também conhecidos como "carros voadores".
O negócio: as compradoras são australianas. Até 50 aeronaves irão para empresas que atendem atrações turísticas, que afirmam ter escolhido os modelos da Eve pela sua pegada ambiental e pelo baixo ruído emitido.
Entenda: os eVTOLs são veículos elétricos com pouso e decolagem vertical (explicamos aqui como eles funcionam). Eles são considerados uma alternativa mais barata, silenciosa e menos poluente que os helicópteros.
Explodiu: a Eve recebeu ordens de 1.735 aeronaves até o fim de 2021, com valores correspondentes a cerca de US$ 5 bilhões (R$ 25,8 bi).
A alta demanda por esse tipo de aeronave alavancou as ações da Embraer no ano passado, que teve o maior desempenho entre as empresas do Ibovespa após acumular alta de 197% no período.
IPO: no fim do ano passado, a Eve anunciou que listará suas ações na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse), prevendo a oferta para o segundo trimestre de 2022.
- Ela será realizada a partir da fusão com a americana Zanite Acquisition Corp, que é um veículo de "aquisição de propósito específico" (Spac).
- O formato funciona como uma espécie de cheque em branco que os acionistas dão aos investidores, que buscam projetos para alocar o capital só depois de captar os recursos.
- A transação avaliou a Eve em US$ 2,9 bilhões (R$ 16 bilhões). A Embraer permanecerá com uma participação de cerca de 82% na sua subsidiária após uma rodada de investimento adicional.
As compras dos brasileiros em 2021
O brasileiro aumentou seus gastos com psicólogos, serviços pet e despesas relacionadas a veículos em 2021. O balanço foi feito pelo Itaú com as compras realizadas em seus cartões e as vendas feitas pelas maquininhas Rede.
Em números: tanto o valor total de transações quanto a quantidade de operações cresceram cerca de 25% em relação a 2020. As compras online, que bombaram nos primeiros meses da pandemia, representaram 21,1% do total em 2021 –eram 18% em 2019.
Destaques:
- Os gastos com psicólogos avançaram 40% em relação a 2020, enquanto despesas com estacionamento, pedágio, lava rápido e troca de óleo aumentaram em torno de 50%.
- O setor de petshop e veterinários cresceu 25,5% no ano. A Folha mostrou no ano passado que o mercado brasileiro –o terceiro maior do mundo– movimentou R$ 40,8 bilhões em 2020, mais que o setor de linha branca (fogões, geladeiras, máquinas de lavar etc).
Serviços presenciais: os dados de compras mostram como o avanço da vacinação no ano passado incentivou os brasileiros a voltarem às ruas e a viajar.
Alimentação e saúde e bem estar (hospitais, médicos, veterinários etc.), tiveram crescimento próximo de 30%, e serviços de turismo e postos de combustíveis avançaram cerca de 50% em 2021.
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