Com superinflação, Argentina vai lançar nota de 2.000 pesos
Nova cédula valeria hoje apenas US$ 11 oficialmente e US$ 5 nos mercados paralelos
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A Argentina vai emitir uma nova nota de 2.000 pesos, dobrando o valor de face da maior cédula do país, anunciou o banco central argentino na quinta-feira (3). A nova nota, porém, ainda valeria apenas US$ 11 oficialmente e US$ 5 nos mercados paralelos comumente usados.
O país está lutando contra uma das maiores taxas de inflação do mundo, com os preços subindo 95% no ano passado e uma desvalorização constante do peso argentino. A situação faz com que moradores e turistas carreguem enormes maços de dinheiro para fazer pagamentos.
A maior nota atual, de 1.000 pesos, vale apenas US$ 2,70 nos mercados alternativos que a maioria das pessoas usa para trocar moeda, inclusive por meio de empresas formais de câmbio. A compra de dólares à taxa oficial é estritamente limitada.
O governo ainda estuda o lançamento de uma cédula de 5.000 pesos, segundo uma fonte do banco central, embora ainda não tenha sido aprovada.
"A denominação de 2.000 pesos será integrada à atual série de pesos", disse o banco central em comunicado. A instituição não se referiu diretamente às crescentes pressões da inflação ou disse quando a nova nota entraria no mercado.
Os banqueiros levantaram preocupações sobre o custo de armazenar um volume cada vez maior de notas em cofres bancários, enquanto os consumidores e turistas muitas vezes reclamam de ter que encher sacolas com dinheiro para fazer pagamentos regulares.
O dinheiro argentino perdeu tanto valor nos últimos anos que um artista local usa cédulas para pintar porque elas são mais baratas que uma tela.
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