A economista pernambucana Deborah Bizarria, 26, passa a assinar uma coluna semanal, às sextas-feiras, no site da Folha, a partir do dia 3 de fevereiro.
Formada pela UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), ela também estudou economia comportamental na Warwick University, do Reino Unido, e é coordenadora de Políticas Públicas do Livres, movimento político suprapartidário que defende o pensamento liberal.
Seu interesse pela economia comportamental —campo que investiga como o comportamento humano interfere nas decisões econômicas— despertou quando o norte-americano Richard Thaler, referência no tema, recebeu o Nobel de Economia, em 2017.
"É uma área que ainda não conta com um grande centro de referência no Brasil. Peguei aquele dinheiro que tinha guardado a vida toda, a família ajudou com mais um pouco e fui morar no Reino Unido em 2018, ainda durante a faculdade. O curso era bastante focado em políticas públicas, área que seria a minha escolha mais tarde", conta a economista, que também é evangélica.
Suas colunas devem fazer essa ponte entre a economia comportamental e iniciativas para melhorar as políticas públicas, tendo por referência artigos científicos e discussões que estão sendo feitas lá fora.
"O Brasil ainda tem questões básicas para serem resolvidas —e não podemos deixar de pensar nelas. Mas é preciso falar mais sobre economia do bem-estar e temas com viés ambiental. Precisamos correr atrás do tempo perdido enquanto ficamos de olho no que está sendo discutido no mundo."
Bizarria pretende também abordar outros temas importantes, como a desigualdade de gênero. "Sendo mulher e ocupando um espaço relevante para a discussão de questões econômicas, esse é um assunto que, sem dúvida, estará presente na coluna", diz.
Desde 2021 no Livres, ela é responsável por consolidar políticas públicas no movimento. Em dezembro passado, ela publicou um artigo na Folha intitulado "Não precisa ser de esquerda para ser feminista", em que argumenta que a desigualdade de gênero vai além de uma discussão sobre liberdades individuais e tem implicações econômicas que ainda não são devidamente discutidas no debate público.
"Debater e buscar soluções para esses problemas não deveria ser algo restrito à esquerda. Ao contrário, por afetarem todos os tipos de mulheres e gerarem danos ao desenvolvimento econômico, a pauta atravessa barreiras ideológicas", escreveu.
Sobre as novas perspectivas para a economia brasileira, a partir da volta de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência, ela considera que os economistas, em geral, têm feito um bom trabalho, apontando as prioridades do Brasil e as reformas que precisam ser feitas.
"A reforma tributária é importante, assim como a abertura comercial e a preocupação com a trajetória da dívida pública. Estão apontando caminhos, cabe à política definir as prioridades", avalia.
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