Falta de pontos de pouso vai adiar decolagem do setor de carros voadores
Para criar serviços úteis, veículos precisam de locais de pouso múltiplos e convenientes nas cidades
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Os carros autônomos já são uma realidade em San Francisco. Um dia, talvez, táxis voadores passem por cima deles. Há dois obstáculos importantes para que isso se realize. Primeiro: os reguladores ainda não aprovaram os veículos. Segundo: eles não têm onde pousar.
O frenesi de aquisições para propósitos específicos visto em 2021 e que levou empresas de aviões elétricos sem receita, como a Joby da Santa Cruz, a Archer Aviation, Lilium e Vertical Aerospace a entrar para os mercados, se desfez.
Apesar de ter levantado centenas de milhões de dólares, ainda não foram lançadas operações comerciais.
A previsão feita pela Morgan Stanley de que aeronaves autônomas poderiam ter um mercado total disponível de US$ 1,5 trilhão (R$ 7,1 trilhões) até 2040 parece totalmente exagerada.
As avaliações caíram vertiginosamente. As ações de Spacs (empresas de aquisição de propósito específico) geralmente custam US$ 10 (R$ 48) a unidade. As da Joby estão sendo negociadas por menos de US$ 8 (R$ 38), da Archer, por US$ 4,45 (R$ 21), da Lilium por US$ 1,35 (R$ 6) e as da Vertical por apenas US$ 0,17 (R$ 0,81).
Mesmo assim, ainda estão sendo feitos investimentos.
Depois de encomendar cem veículos da Archer, a United Airlines firmou um contrato para 200 da Eve Air Mobility. A Boeing está apostando na startup de táxis aéreos autônomos Wisk.
A FAA (Administração Federal da Aviação) prevê que haverá grande demanda por táxis aéreos nas Olimpíadas de Los Angeles em 2028. Billy Nolen, o diretor da FAA que fez essa previsão, desde então foi trabalhar para a Archer. A notícia de sua entrada para a empresa elevou o preço das ações da empresa em um quinto.
Porém, mesmo que os veículos recebam a aprovação regulatória, a infraestrutura ainda será um problema.
Os táxis aéreos, ou eVTOLs (aeronaves elétricas de aterrissagem e decolagem vertical) precisam de superfícies grandes, planas e livres de obstáculos para pousarem em segurança. Se forem barulhentos demais, os habitantes das cidades vão reclamar.
A Lacuna Technologies, que cria softwares para redes de transportes, destaca que o avião elétrico também vai precisar de pontos de recarga.
As empresas pretendem usar os heliportos existentes. A Archer, por exemplo, espera voar entre o heliporto do centro de Manhattan e o aeroporto de Newark. No entanto, para criar serviços úteis ela precisará de locais de pouso múltiplos e convenientes situados no centro de cidades.
Sem uma rede de pontos de pouso e decolagem, os serviços de táxi aéreo não vão sair do chão.
Tradução de Clara Allain
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