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Premier League quer forçar 'proprietários ruins' a vender ações

Primeira divisão inglesa discute processo de desinvestimento caso pessoas sejam barradas como diretores

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Samuel Agini
Financial Times

A Premier League está elaborando um processo formal para forçar os "maus" proprietários de clubes de futebol a venderem suas ações, após a saída caótica de Roman Abramovich do Chelsea no ano passado.

A primeira divisão inglesa está em diálogo com seus membros sobre a introdução do chamado protocolo de desinvestimento, de acordo com quatro pessoas informadas sobre o assunto. Isso estabeleceria um processo para a saída de proprietários de clubes nos casos em que a liga os impedisse de atuar como diretores devido a "eventos desqualificantes".

Jogo da Premier League em Londres - Tony Obrien - 19.ago.23/Reuters

A discussão acompanha esforços anteriores da Premier League para endurecer o chamado teste de proprietários e diretores, que avalia se alguém está apto a comprar participação em um clube. Os eventos desqualificantes, que podem ser objeto de recurso, agora incluem abusos de direitos humanos e uma lista ampliada de delitos criminais, como violência, corrupção, fraude e evasão fiscal.

O protocolo de desinvestimento deverá ser discutido em uma reunião de acionistas em setembro, de acordo com uma pessoa próxima à liga. Qualquer mudança nas regras exige a aprovação de pelo menos 14 dos 20 clubes integrantes.

A Premier League não quis comentar.

No entanto, diversos clubes estão preocupados com o protocolo de desinvestimento, disseram duas das pessoas. Uma delas afirmou que os clubes estavam interessados em garantir que a liga evitasse implementar medidas "draconianas".

O protocolo destaca a maneira pela qual os clubes e seus proprietários vêm sendo submetidos a um escrutínio maior desde o colapso da European Super League, quando um grupo de clubes europeus, incluindo o Manchester United e o Liverpool, tentou criar uma competição separatista, uma proposta que fracassou em abril de 2021.

O governo do Reino Unido também se comprometeu a introduzir um órgão regulatório independente para o futebol, com o poder de punir os proprietários de clubes, o que ameaça o controle da Premier League sobre a governança de seus próprios negócios.

Algumas ligas esportivas profissionais dos Estados Unidos, como a National Football League e a National Basketball Association, têm regras que lhes permitem convocar uma votação entre os demais proprietários para forçar a venda de uma equipe, embora colocá-las em prática seja incomum.

O protocolo de desinvestimento da Premier League foi concebido para orientar o que acontecerá em uma situação parecida com a do Chelsea, disse uma das pessoas, referindo-se à venda acelerada do clube do oeste de Londres no ano passado, após a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Abramovich colocou o Chelsea à venda antes que o governo do Reino Unido impusesse sanções contra ele. Quando as sanções entraram em vigor, a Premier League desqualificou Abramovich como diretor.

Sem a venda, o clube estaria diante do colapso, pois passou a depender de Abramovich para obter dinheiro, forçando-o, de fato, a realizar a venda. Conduzido sob o escrutínio do governo do Reino Unido, os investidores norte-americanos Clearlake Capital e Todd Boehly venceram o leilão, pagando o valor recorde de 2,5 bilhões de libras pelo clube da Premier League.

A definição de "diretor" adotada pela Premier League é ampla e inclui pessoas que têm controle sobre um clube, diretores "ocultos" que dão instruções que devem ser seguidas e também presidentes-executivos.

Quando a Premier League desqualifica um diretor, ele tem 28 dias para se afastar e tomar medidas para "garantir que não se enquadre mais na definição".

Embora Abramovich tenha sido desqualificado como diretor em março de 2022, foi preciso esperar até o final de maio daquele ano para concluir uma venda, em um leilão que foi realizado em ritmo acelerado.

Outros proprietários de clubes podem ter muito mais dificuldade para vender suas ações a um preço atraente, caso sejam forçados a fazê-lo pela liga.

Tradução de Paulo Migliacci

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