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Reforma tributária deve elevar demanda por contadores, aponta levantamento

Profissionais da área ouvidos pela consultoria IOB ainda têm dúvidas em relação a vários aspectos do novo sistema

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São Paulo

A maioria dos contadores brasileiros ouvidos pela consultoria IOB prevê aumento na demanda por seus serviços com a implantação da reforma tributária a partir de 2026.

Levantamento feito a pedido da Folha mostra que ainda há muitas dúvidas sobre como irá funcionar o novo sistema de tributação do consumo, se haverá ou não simplificação e como ficará a distribuição da carga entre as empresas.

Entre os profissionais e escritórios consultados, 59,5% preveem aumento na procura por esses serviços a partir da implantação da reforma.

Para 37%, os preços dos serviços de contabilidade vão subir. Outros 38% avaliam que não deve haver mudança.

Os serviços contábeis estão entre aqueles beneficiados com redução de 30% na alíquota dos novos tributos, de acordo com projeto de lei que regulamenta a reforma entregue ao Congresso pelo Ministério da Fazenda no mês passado. Esse tratamento diferenciado é defendido por 74% dos consultados.

Já a redução dos tributos para outros bens e serviços é vista como injusta pela maioria (55%) dos entrevistados.

Foram ouvidos 331 contadores, das 27 unidades federativas, de 2 de março a 13 de maio, em consulta feita por formulário.

A reforma tributária é vista como negativa por 48% e como positiva por 41%. A maioria (57%) diz que o novo sistema é imprevisível e pouco transparente.

Ainda assim, 54% concordam com a substituição de tributos promovida pelo novo sistema, enquanto 31% dizem ser contra.

Sérgio Approbato, diretor estratégico da IOB, afirma que as respostas refletem o momento de incerteza em relação ao novo modelo, pois há várias questões que ainda estão em discussão no Congresso.

Segundo ele, há uma variedade de obrigações fiscais aguardando regulamentação, o que torna mais complexa a interpretação prévia de seus possíveis impactos no dia a dia das empresas e dos escritórios de contabilidade.

"Estamos mudando completamente a forma de se tributar o consumo no país. A grande preocupação é saber exatamente como isso vai ficar", afirma o diretor da IOB. "O contador é o primeiro que tem de aprender essa lição de casa."

No final de abril, o governo enviou à Câmara o projeto de lei que regulamenta a emenda constitucional aprovada em 2023. Outro texto deve ser entregue ao Parlamento na próxima semana.

Para Approbato, esse cenário indefinido divide a opinião dos profissionais da contabilidade, como mostram os questionamentos sobre impacto na carga tributária de cada setor —algo que ainda depende da decisão do Congresso.

Ele afirma que o levantamento é um reflexo do momento vivido hoje em relação à reforma.

"Uma coisa é certa, o contador será o profissional mais valorizado do mercado quando a reforma tributária passar a valer", diz Approbato.

Do total de entrevistados, 48% são proprietários, 27% são gerentes ou coordenadores e 15% são analistas. Mais de 70% dos escritórios consultados pela IOB são microempresas ou empresas de pequeno porte.

A reforma prevê que as empresas do Simples Nacional possam escolher entre continuar recolhendo os tributos sobre consumo na guia única do regime simplificado ou fazê-lo separadamente.

Atualmente, esses tributos são PIS/Cofins, ICMS, ISS e IPI. Após a reforma, a maioria das empresas vai recolher apenas a contribuição federal CBS e o imposto para estados e municípios IBS.

Approbato afirma que a maioria deve optar pelo novo sistema, mantendo na guia unificada apenas os tributos sobre lucro e folha de pagamento.

"Eu brinco que o Simples Nacional tem data de validade. Vai terminar no final de 2032 [quando acaba o período de transição]. Não teremos mais o regime simplificado com o critério que existe hoje. Não terá muita diferença, qualquer que seja o tamanho da empresa, na nova forma de se tributar o consumo."

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