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Promotores investigam se houve negligência em naufrágio de superiate que matou sete pessoas

Itália e Reino Unido apuram motivos que levaram o Bayesian a afundar na costa da Sícilia

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Marianna Giusti Giuliana Ricozzi Chris Giles e Tim Bradshaw
Porticello (Itália) e Londres | Financial Times

A promotoria de Termini Imerese, na Itália, está investigando se houve um naufrágio negligente do superiate de luxo Bayesian, que levou à morte de sete pessoas na costa da Sicília, na última segunda-feira (19).

Uma autoridade informou que algumas pessoas estão sendo investigadas, mas ela não divulgou as identidades delas. A condução do caso está sendo feita pelo promotor Ambrogio Cartosio.

O crime de naufrágio negligente, que está sendo apurado, foi um dos delitos pelos quais o capitão do Costa Concordia foi condenado. O navio de cruzeiro naufragou após bater em rochas na ilha toscana de Giglio em 2012, causando a morte de 32 pessoas.

Equipes de resgate retiram corpo de uma das vítimas do naufrágio na Itália - AFP

O Bayesian afundou na costa da Sicília nas primeiras horas da manhã de segunda-feira, e sete pessoas morreram, incluindo o empresário de tecnologia britânico Mike Lynch. A embarcação estava ancorada no porto de Porticello, quando foi atingida por uma tempestade. Quinze passageiros e tripulantes foram resgatados com vida, incluindo a esposa de Lynch, Angela Bacares.

A filha do empresário britânico, Hannah Lynch, de 18 anos, também morreu no naufrágio e foi a última vítima a ser resgatada dos destroços. Os outros mortos foram o advogado Christopher Morvillo e sua esposa Neda Morvillo, o executivo de banco Jonathan Bloomer e sua esposa Judy Bloomer, e o chef de cozinha Recaldo Thomas.

A investigação italiana está ocorrendo em paralelo com uma apuração feita pela Marine Accident Investigation Branch do Reino Unido, já que o Bayesian estava registrado sob bandeira britânica.

Na quinta-feira (22), o diretor executivo do fabricante do Bayesian afirmou que o barco era "absolutamente seguro", que o naufrágio durou 16 minutos e que a tripulação teve tempo para retirar todos os passageiros com vida. O capitão do barco não respondeu aos pedidos de comentário do Financial Times.

Giovanni Costantino, diretor executivo do The Italian Sea Group, que é dono do Perini Navi, responsável pela fabricação do Bayesian, disse que os gráficos de rastreamento do AIS (Sistema de Identificação Automática) mostram que o naufrágio não foi súbito. "A tortura durou 16 minutos. Ele afundou, não em um minuto como alguns cientistas disseram. Ele afundou em 16 minutos", afirmou.

Ele também levantou a hipótese de alguma escotilha estar aberta incorretamente, o que teria causado a entrada da água na embarcação. As autoridades italianas e britânicas, que estão investigando as circunstâncias do incidente, ainda não disseram quando o barco foi tomado pela água, se alguma escotilha estava aberta ou se a tripulação ligou o motor e tentou manobrar para sair do perigo.

Ao mesmo tempo, a Guarda Costeira italiana confirmou que as operações de recuperação foram concluídas após cinco dias de mergulhadores procurando nos destroços, que estão localizados perto da vila de pescadores de Porticello.

Em comunicado, um porta-voz da família Lynch se pronunciou pela primeira vez desde o naufrágio. "A família Lynch está devastada, em choque e está sendo confortada e apoiada por familiares e amigos", disse. "Seus pensamentos estão com todos os afetados pela tragédia."

Katya Lewis, amiga de Hannah Lynch, prestou homenagem à "alma calorosa e bela" da filha do empresário. Sushovan Hussain, que conhecia Lynch há mais de 40 anos, disse estar "totalmente devastado pela morte de tantos de nossos queridos amigos".

"É realmente impossível compreender como todos podem ter partido em um período tão curto", disse Hussain, que foi ex-diretor-financeiro da Autonomy, empresa de software que tinha Lynch como CEO até 2011, quando a companhia foi vendida para a HP por US$ 11 bilhões.

A viagem no Bayesian, de propriedade da família Lynch, era para celebrar a absolvição do empresário das acusações de fraude nos EUA relacionadas à venda da Autonomy. Christopher Morvillo foi o advogado de Lynch no caso, enquanto Bloomer, presidente do conselho de administração do banco Morgan Stanley Internacional, foi uma das testemunhas do empresário no julgamento.

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