Campanha a favor do 'brexit' é multada por gastos acima do limite
Investigação apontou que grupo ocultou contratação de empresa ligada à Cambridge Analytica
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O grupo oficial da campanha a favor do "brexit" foi multado em 61 mil libras (R$ 310 mil), por violar as regras de gastos do plebiscito de 2016 sobre a saída do Reino Unido da União Europeia, informou a Comissão Eleitoral nesta terça-feira (17).
O caso foi repassado ainda para a polícia, que vai investigar se os líderes do Vote Leave (vote pela saída) cometeram algum crime no processo.
A Comissão Eleitoral disse que o grupo, apoiado por importantes políticos, não declarou 675.000 libras (R$ 3,4 milhões) gastos com a empresa canadense de análise de dados Aggregate IQ.
Segundo os investigadores, a campanha fez isso repassando de forma oculta verbas para um grupo não oficial que defendia o "brexit", o BeLeave, que então contratou a empresa canadense.
Os gastos não declarados significaram que o grupo de campanha excedeu em quase 500.000 libras (R$ 2,5 milhões) o limite de gastos legais, que era de 7 milhões de libras (R$ 35,7 milhões) .
A Aggregate IQ é ligada ainda a consultoria Cambridge Analytica, responsável pelo escândalo de vazamentos de dados dos usuários do Facebook.
Segundo Christopher Wylie, o delator que revelou o escândalo, a empresa canadense trabalhou em parceira com a consultoria e foi paga pela campanha a favor do "brexit" para enviar anúncios específicos para os eleitores, mas não se sabe ainda se os dados vazados da rede social foram usados para auxiliar nisso.
A Aggregate IQ nega envolvimento com a Cambridge Analytica, mas o próprio Facebook disse ter encontrado indícios de ligações entre as duas companhias e o caso está atualmente sendo investigado pelas autoridades britânicas.
Nenhuma das duas empresas foram punidas pela Comissão Eleitoral. Além do Vote Leave, também foi multado em 20 mil libras (R$ 102,2 mil) o fundador do BeLeave, Darren Grimes.
Políticos a favor da permanência do país no bloco europeu defenderam que a revelação do episódio mostra que a votação que definiu o "brexit" foi injusta e voltaram a pedir um novo plebiscito sobre o assunto, mas o governo voltou a afirmar que a votação foi legítima e que não aceita que o assunto volte a ser discutido.
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