Irlanda fará referendo sobre 'papel da mulher em casa'
Governo considera cláusula constitucional desatualizada
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A Irlanda realizará um referendo para remover cláusula constitucional que ressalta a importância da vida da mulher dentro de casa e encoraja mulheres a abandonarem o mercado de trabalho em prol de atividades domésticas, anunciou o governo nesta quinta-feira (5).
Trata-se da mais recente medida do governo irlandês para atualizar a conservadora Constituição de 1937 para refletir uma população mais secular e liberal.
Em 2015, um referendo introduziu o casamento gay na Constituição e uma votação neste ano liberalizou o aborto com 66% dos votos. Em 2017, Leo Varadkar se tornou o primeiro premiê abertamente gay do país.
A Constituição, que inclui uma série de referências aos valores cristãos do país, atualmente contém um artigo que "reconhece que, por meio de sua vida doméstica, a mulher dá ao Estado um apoio sem o qual o bem comum não pode ser alcançado".
Uma segunda cláusula obriga o Estado a "empenhar-se em garantir que mães não tenham a necessidade econômica de trabalhar e negligenciar suas tarefas domésticas".
O governo assinou nesta quinta uma moção para que esses artigos "desatualizados" sejam retirados.
"Mais de 80 anos após a Constituição ter sido formalmente adotada, está claro que o artigo 41.2 não tem lugar em nossa Constituição", afirmou o ministro da Justiça, Charlie Flanagan, em nota.
"Ele debilita os objetivos atuais de alcançar uma real igualdade de gênero ao garantirmos que mulheres têm escolhas reais sobre o que fazer com suas vidas."
O referendo ocorrerá no mesmo dia das eleições presidenciais na Irlanda, em novembro.
No mesmo dia, outro referendo consultará a população sobre a exclusão de artigo constituição que torna a blasfêmia um crime.
O governo por enquanto não tem planos de remover referências religiosas da Constituição, que começa com uma referência a "nossas obrigações ao nosso Divino Senhor, Jesus Cristo".
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