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Entenda por que acusação ao papa não pode ser barrada por ele ser 'infalível'

Arcebispo Carlo Maria Viganò alega em carta que Francisco acobertou abusos na Igreja

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São Paulo

Aqueles que se lembram de ouvir na escola católica ou na igreja sobre a infalibilidade do papa podem estranhar o fato de o arcebispo Carlo Maria Viganò acusar o atual pontífice, Francisco, de saber de abusos sexuais cometidos e acobertados por padres nos Estados Unidos e nada ter feito.

Se o que Viganò diz for verdade, a escolha do papa de não agir é, no mínimo, moralmente repugnante.

O papa errou, então? Como fica a infalibilidade?

A questão é que o dogma da infalibilidade papal não significa que, para os católicos, o papa sempre está certo em todas as suas ações nem que ele nunca erra. Nem, aliás, que o papa não possa cometer pecados.

A infalibilidade deriva da ideia de que a Igreja Católica recebeu um mandato de Jesus Cristo para propagar seus ensinamentos; o papa, como “cabeça” da Igreja, é orientado pelo Espírito Santo e por isso suas declarações sobre questões de fé e moral são infalíveis, ou seja, corretas e irrevogáveis.

Mas isso só se aplica a declarações solenes feitas pelo papa em algumas circunstâncias, geralmente quando ele esclarece uma questão de doutrina da igreja que foi colocada em dúvida, o que é raro. Logo, a infalibilidade não se aplica a toda e qualquer decisão ou declaração do pontífice.

Por fim, o papa Francisco não fez nenhuma declaração nem tomou nenhuma decisão relacionada ao caso que é objeto da acusação de Viganò. Sua falha, se tiver existido, terá sido a de não agir.

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