Artigo anônimo do NYT reforça teoria do 'Estado profundo' contra Trump
Defensores do presidente já afirmam que texto é a prova da conspiração para derrubar o republicano
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O maior presente que o presidente Donald Trump poderia ganhar neste momento é a confirmação de que um "Estado profundo" está tentando derrubá-lo. E o artigo anônimo do New York Times, de autoria de um integrante do alto escalão do governo Trump, é a melhor forma de reforçar essa teoria.
"Trata-se de uma pessoa emergindo do 'Estado profundo' para dizer anonimamente, no New York Times, que irá fazer de tudo para que o presidente Trump não possa desempenhar as funções que o povo americano deu a ele", disse Newt Gingrich, ex-líder dos republicanos na Câmara e grande defensor de Trump, no programa de Sean Hannity, apresentador da FoxNews e amigo do presidente.
Não vai ser fácil salvar um presidente investigado por possível conivência com agentes russos para interferir nas eleições de 2016, que teve dois ex-assessores condenados recentemente e tem vários outros colaborando com a Justiça.
Mas convencer o povo americano de que ele é vítima de uma conspiração pode ajudar. Ou, como diz o título do livro que o ex-deputado republicano Jason Chaffetz está prestes a publicar: "O Estado profundo: Como um exército de burocratas protegeu Barack Obama e está tentando destruir Donald Trump."
Por "Estado profundo" entende-se integrantes da administração que formam um poderoso governo paralelo, com sua própria agenda, que age nas sombras para minar o governante eleito.
O autor do artigo do NYT sabe que o texto irá gerar munição para os adeptos da teoria da conspiração. "Este não é o trabalho do chamado estado profundo. É o trabalho do estado estável", diz.
Mas, ao tomar a decisão sem precedentes de publicar um editorial anônimo, o NYT alimenta a narrativa de Trump Davi contra o Estado profundo Golias. Que, no caso, nada mais é do que uma versão das "forças terríveis" que levaram Jânio Quadros a renunciar, os "ataques imperialistas" contra a Venezuela de Maduro ou o mesmo "estado profundo" infiltrado no governo do turco Recep Tayyip Erdogan.
Todos sabemos o que vem depois: os expurgos.
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