França convoca embaixador da Venezuela por morte de oposicionista
Paris pede investigação de caso e libertação de todos os presos políticos
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A chancelaria da França convocou nesta quinta-feira (11) o embaixador venezuelano no país, Héctor Mujica, a dar esclarecimentos sobre a morte do vereador oposicionista Fernando Albán, ocorrida na segunda (8), em Caracas.
Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores pede uma investigação imparcial e independente sobre o incidente, que o governo venezuelano apresentou como suicídio —versão contestada por correligionários de Albán, que era vereador da capital.
“É responsabilidade de todo Estado assegurar a integridade física e a saúde dos detidos”, diz a nota da chancelaria, que pede a soltura de todos os presos políticos no país caribenho e o respeito às liberdades civis.
A ONU, a União Europeia e o governo brasileiro também já tinham pedido uma investigação do caso, enquanto os Estados Unidos acusaram o regime do ditador Nicolás Maduro de envolvimento na morte.
Albán foi preso na última sexta (5), no aeroporto internacional caraquenho, quando voltava de uma viagem a Nova York. A acusação é de que de participação no suposto atentado com drones contra Maduro, em agosto deste ano.
Trata-se da segunda morte de um preso político na carceragem do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin). A anterior ocorrera em 2015.
Organizações de direitos humanos, integrantes da Igreja Católica e ex-detentos no complexo questionam a hipótese de suicídio –o governo diz que Albán se jogou de uma janela do complexo. Segundo quem já esteve preso lá, o monitoramento dos detentos é permanente; assim, não haveria brecha para que o vereador se afastasse dos guardas.
ONU e União Europeia se juntaram nos últimos dias ao coro que pede apuração independente do episódio.
As relações entre Paris e Caracas estão bastante esgarçadas desde que a França declarou apoio a um pedido de investigação de supostas violações de direitos humanos pelo regime venezuelano. O texto coassinado por seis países foi submetido ao Tribunal Penal Internacional no fim de setembro.
A Venezuela enxerga na iniciativa um ímpeto francês de conduzir “a uma mudança de governo à força”.
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