Autoridades do Taleban informaram que os negociadores norte-americanos concordaram, no sábado (26), com o esboço de um pacto que pretende estabelecer a retirada das tropas estrangeiras do Afeganistão dentro de 18 meses, possivelmente encerrando a mais longa guerra dos Estados Unidos.

Os detalhes do esboço foram entregues à Reuters por fontes do Taleban após as negociações de seis dias no Qatar com o enviado especial Zalmay Khalilzad e que visaram o fim do conflito, mais de 17 anos após a invasão do Afeganistão por forças lideradas pelos EUA.

Apesar de nenhum comunicado conjunto ter sido divulgado, Khalilzad postou mais tarde nas redes sociais que as conversas tiveram "progressos significativos", acrescentando que planeja viajar ao Afeganistão para se reunir com representantes do governo.

"As reuniões aqui [no Qatar] foram mais produtivas do que no passado. Fizemos progressos significativos em questões vitais", escreveu.

"Nada estará acertado até que tudo esteja acertado e deve incluir um diálogo intra-afegão e um abrangente cessar-fogo", ressalvou.

O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, afirmou ter recebido "notícias encorajadoras" de Khalilzad sobre as negociações.

"Os EUA estão empenhados em buscar a paz, trazendo as tropas para casa e impedindo que o Afeganistão continue a ser um espaço para o terrorismo internacional", tuitou Pompeo, sem, no entanto, fornecer um cronograma para a potencial retirada das forças dos EUA.

Um comunicado do Taleban divulgado posteriormente também mencionou progresso na retirada de tropas e outras questões, mas informou que mais negociações e consultas internas são necessárias.

"A política do Emirado Islâmico durante as negociações foi muito clara: até que a questão da retirada das forças estrangeiras do Afeganistão seja aceita, o progresso em outras questões é impossível", disse o porta-voz do Taleban, Zabihullah Mujahid, usando outro nome.