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Descrição de chapéu Brexit

Ministros de Theresa May querem que ela renuncie em maio, diz jornal inglês

Partido Trabalhista tem nona baixa por discordâncias com negociação do brexit

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Paris

Ministros do gabinete de Theresa May vão pressionar a chefe de governo britânica a renunciar ao cargo logo após eleições locais, em maio, para passar a outras mãos o comando das negociações do brexit, o desligamento do Reino Unido da União Europeia (UE).

A informação é do jornal inglês The Guardian, que faz a ressalva: a concretização do plano depende de uma condição hoje incerta, a saída britânica do bloco em 29 de março, como prevê o acordo fechado entre as partes –mas ainda não aprovado pelo Parlamento em Londres.

A primeira-ministra britânica Theresa May, em Londres - Niklas Hallen/AFP

Especula-se que a data vá ser adiada, já que, mesmo que o pacto entre Reino Unido e UE receba sinal verde do Legislativo nas próximas semanas, ainda será preciso passar várias leis e normas específicas (por exemplo, sobre pesca, agricultura e imigração, entre outros) a fim de que os britânicos não caiam em um limbo legal uma vez fora do guarda-chuva europeu.

Se o dia D do brexit, entretanto, for mesmo 29 de março, ministros querem outra (ou outro) líder para conversar com a EU sobre o pós-brexit, a saber, a relação comercial futura entre o consórcio e as ilhas.

A eleição para 270 condados ingleses e 11 na Irlanda do Norte acontece em 2 de maio.

Segundo o Guardian, o grupo que deseja a saída de May acredita que, se o brexit já tiver acontecido no dia da votação (ou seja, se a data original tiver sido mantida), o Partido Conservador (governista) pode ter um bom desempenho nas urnas, dando à primeira-ministra a oportunidade de “sair por cima”.

 Acontece que a chefe de governo já sinalizou que não quer deixar o posto antes de conseguir emplacar medidas que transcendam o brexit, tema que monopoliza o debate político britânico há quase três anos, desde o plebiscito vencido pelo “leave” (sair da Europa).

May pretende deixar um legado mais robusto do que um acordo malquisto e aprovado (se é que será) in extremis.

Em dezembro passado, minutos antes de ser votada uma moção de desconfiança de seus colegas de partido em relação a sua liderança, ela prometera deixar a função antes de 2022, quando novas eleições gerais devem ocorrer.

Foi o suficiente para May não ser apeada do cargo e para lhe dar “imunidade” de um ano. Porém, pondera o Guardian, se vários ministros começarem a renunciar ou criticá-la publicamente, a primeira-ministra pode se ver constrangida a entregar os pontos.

May tem uma semana importante pela frente. No domingo (25), vai ao Egito participar de uma cúpula da UE com países do Oriente Médio; às margens do evento, terá encontros bilaterais com líderes europeus.

Ela ainda espera arrancar deles alguma concessão que torne o acordo do brexit mais palatável ao Parlamento britânico, diante do qual deverá prestar contas, na quarta (27), do avanço das conversas.

Na quinta (28), os legisladores debatem o roteiro apresentado por May e podem fazer emendas a ele –inclusive constrangendo o governo a adiar a data de desligamento da UE, ideia que goza da simpatia de muitos no gabinete conservador.   

Mas não é só May que vive um inferno astral. Na oposição, o Partido Trabalhista sofreu nesta sexta (22) sua nona baixa em cinco dias. O parlamentar Ian Austin deixou a legenda, na qual disse grassar uma “cultura de antissemitismo”.

Ele não se filiará, entretanto, ao Grupo Independente, formado dias atrás por ex-correligionários que se desligaram da sigla por achar que sua cúpula deslocou a orientação ideológica para a ultraesquerda e por discordar da abordagem desta para o brexit –eles preferiam um novo plebiscito ao brexit suave que o líder Jeremy Corbyn defende.

Na quarta (20), o Grupo Independente ganhou o reforço de três parlamentares do Partido Conservador, insatisfeitas com o que veem como apropriação do brexit pela ala mais radical da agremiação.
 

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