Morre em Belo Horizonte sobrevivente do Holocausto que perdeu família na guerra
Polonesa Chana Flam foi capturada por nazistas aos 14 e resistiu a Auschwitz sozinha
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Morreu na noite de terça-feira (19), em Belo Horizonte, aos 93 anos, Chana Flam, polonesa radicada no Brasil que sobreviveu ao Holocausto.
Ela estava com broncopneumonia. O enterro ocorre na tarde desta quarta-feira (20) no Cemitério Israelita da capital mineira.
Chana foi capturada pelos nazistas na Polônia aos 14 anos. Perdeu o pai, que teve um acidente vascular durante a guerra. Dois irmãos foram assassinados com tiros na cabeça. A mãe morreu na câmara de gás abraçada a um dos filhos. Dos seis irmãos, só ela sobreviveu.
Quando deixou o campo de concentração de Auschwitz, casou-se na Suécia e se mudou para o Brasil. No país, perdeu o filho mais velho e o marido. Morava em Belo Horizonte com o segundo filho, Samuel.
Chana deu um depoimento de sua história à Folha, em 2015. "Fico parada e vem tudo. Pensei em outra velhice, mas chegou essa, fico com essa. Não gosto de olhar fotos para não voltar para o passado e [perceber que] essa sou eu, cabelo claro, rosto bonito. Meu coração dói muito. Não rezo mais. Só sei que sou judia."
Chana deixa o filho, Samuel, dois netos, David e Efraim, e uma bisneta chamada Sara.
Segundo a Unibes (União Brasileiro-Israelita do Bem-Estar Social), há ao menos 227 sobreviventes do Holocausto vivendo no Brasil hoje. Esses são aqueles que recebem ajuda da instituição.
Estão em cidades como São Paulo, Porto Alegre, Curitiba, Florianópolis, Ribeirão Preto (SP), Rio Claro (SP), São José dos Campos (SP), Rio de Janeiro, Niterói (RJ), Vitória, Vila Velha (ES), Salvador, Jacobina (BA) e Goiânia.
Mas há ainda um número desconhecido de sobreviventes que vivem no país, sem auxílio da entidade.
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