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China inclui sites de Washington Post e Guardian em lista de censura

Jornais estavam entre últimos de língua inglesa ainda acessíveis no país

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Gerry Shih
Pequim | Washington Post

Os sites dos jornais Washington Post e Guardian foram bloqueados na China em meio ao endurecimento do aparato de censura do regime.

Até esta semana, os dois periódicos estavam entre os últimos grandes veículos em língua inglesa que ainda eram acessíveis no país sem o uso de uma rede privada virtual (VPN, na sigla em inglês), de acordo com a organização de monitoramento de censura greatfire.org.

A ferramenta permite "exportar" a atividade online para outro país, enganando servidores e driblando restrições nacionais.

Jovens usam smartphones em Shenzhen, no sul da China - Julien Girault - 9.mai.2017/AFP

Autoridades de internet da China têm aumentado seu aparato online de censura, chamado de "Grande Firewall", nas últimas semanas, devido ao aniversário de 30 anos do massacre da praça da Paz Celestial.

Páginas da Wikipedia em todas as línguas foram banidas no meio de maio. O site da emissora americana CNN foi bloqueado novamente nesta semana após o canal publicar uma grande reportagem sobre o massacre de 1989.

Usuários da rede social WeChat, uma das mais populares no país, foram proibidos de publicar palavras-chave ou imagens relacionadas ao evento. Nos dias que antecederam a data, internautas relataram não conseguirem nem mesmo trocar a foto de perfil.

Os censores de internet chineses raramente apresentam as razões por trás dos bloqueios de sites. Também não se sabe se a suspensão do acesso seria permanente —desde 2013, o número de páginas estrangeiras incluídas na lista negra chinesa de forma definitiva tem aumentado.

Veículos como Bloomberg, New York Times, Reuters e o Wall Street Journal estão censurados há anos. O mesmo acontece com Facebook, Twitter e serviços oferecidos pelo Google, como o YouTube. 

Aplicativos como Dropbox e Whatsapp também são proibidos.

O extenso aparato de censura, que utiliza algoritmos de inteligência artificial, já tirou do ar mais de 10 mil páginas.

Autoridades chinesas afirmam que os bloqueios são uma questão de "soberania na internet" do país —e não negociável com governos estrangeiros. 

Nos últimos anos, o regime tem divulgado os resultados do aparato de censura como um modelo de sucesso que deveria ser adotado por governos autoritários de todo o mundo. 

Embora um número pequeno de chineses use redes privadas virtuais para acessar sites e redes sociais bloqueados, o país tem aprimorado suas formas de fazer cumprir a censura —inclusive intimidando fisicamente os usuários.

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