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Coreia do Sul faz disparos de advertência contra avião militar russo em área disputada

Incidente ocorreu perto das Ilhas Dokdo, reivindicadas por Seul e Tóquio

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Seul e Moscou | Reuters e AFP

Caças sul-coreanos efetuaram mais de 400 disparos de advertência depois de um avião militar russo supostamente invadir o espaço aéreo de uma região disputada entre Coreia do Sul e Japão nesta terça (23). 

Trata-se da primeira patrulha aérea regular conjunta feita por chineses e russos, fora de exercícios militares.

O incidente ocorreu perto das Ilhas Dokdo, reivindicadas sob o nome de Takeshima por Tóquio, que acusa a Coreia do Sul de ocupá-las ilegalmente. A região é um conjunto de pequenas ilhas localizada no Mar do Japão, cuja população em 2013 era de 47 pessoas.

Seul afirmou que um avião-radar russo A-50 entrou duas vezes no espaço aéreo sul-coreano perto das ilhas. Como resposta, caças do país foram despachados e efetuaram mais de 400 disparos de advertência. 

Bombardeiro russo TU-95, que teria violado o espaço aéreo sul-coreano nesta terça (23) - Joint Staff Office of the Defense Ministry of Japan/Reuters

O Exército russo negou ter violado o espaço aéreo sul-coreano, assegurando que seus aviões "sobrevoaram as águas neutras do Mar do Japão". A Rússia disse ainda que não houve disparos de advertência pela Coreia do Sul, e que os pilotos sul-coreanos não tentaram entrar em contato com a tripulação russa.

A aeronave russa estava acompanhada por dois bombardeiros também russos TU-95 e mais dois aviões do mesmo tipo chineses, modelo H-6. A empreitada marca um aumento na cooperação militar entre Pequim e Moscou.

Embora tropas e navios da Rússia e da China tenham participado de treinamentos de guerra conjuntos antes, os países não tinham feito, segundo o Ministério da Defesa russo, patrulhamentos aéreos conjuntos na região da Ásia-Pacífico até esta terça.

"A patrulha conjunta foi realizada com o objetivo de aprofundar as relações sino-russas dentro de nossa parceria abrangente, de aumentar ainda mais a cooperação entre nossas forças armadas e de aperfeiçoar suas capacidades para realizar ações conjuntas e fortalecer a segurança estratégica global", informou o ministério russo em um comunicado.

"Estamos avaliando este incidente de forma muito séria e tomaremos medidas mais duras se isso acontecer novamente", disse o assessor de Segurança Nacional Chung Eui-yong, de acordo com a porta-voz da Casa Azul, a presidência sul-coreana.

O Japão também reclamou da incursão russa. "Fomos informados que aviões militares russos, que sobrevoavam o Mar do Japão esta manhã, violaram nosso espaço aéreo perto de Takeshima duas vezes", disse o chefe de gabinete do governo japonês, Yoshihide Suga, em entrevista para jornalistas.

Suga, que disse que o Japão enviou aviões militares para a zona, acrescentou que Tóquio também protestou junto à Coreia do Sul pelo despacho das aeronaves, considerando a atitude lamentável. A presidência sul-coreana insiste que as ilhotas disputadas são "uma parte integral" do território coreano "historicamente, geograficamente e sob o direito internacional".​

O desentendimento vem em um momento no qual Japão e Coreia do Sul enfrentam crise diplomática gerada por uma questão antiga: a indenização a vítimas de trabalhos forçados durante a ocupação japonesa da Coreia do Sul na Segunda Guerra Mundial.

Em outubro de 2018, um júri sul-coreano determinou que quatro coreanos forçados a trabalharem em uma usina siderúrgica japonesa naqueles anos deveriam ser recompensados financeiramente. O Japão argumenta que a questão da compensação foi resolvida em um acordo entre os dois lados em 1965.

No dia 4 de julho, entraram em vigor medidas japonesas que restringem a exportação de materiais empregados em telas e chips de smartphones das gigantes coreanas Samsung e LG. Analistas veem a atitude como retaliação japonesa à decisão da corte coreana.

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