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Após 15 dias, China liberta funcionário do consulado britânico de Hong Kong

Simon Cheng foi acusado por Pequim de envolvimento com prostituição

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Pequim | Reuters

Um funcionário do consulado britânico de Hong Kong que estava detido pela polícia chinesa foi solto neste sábado (24).

Simon Cheng, 28, desapareceu em 8 de agosto. No dia seguinte, a polícia de Hong Kong —território semi-autônomo que pertence à China— anunciou que iria investigar o paradeiro de um homem que tinha sumido após fazer uma viagem a trabalho.

As autoridades chinesas só confirmaram a detenção de Cheng na quarta-feira (21). Ele foi preso em Shenzhen, cidade da China continental na fronteira com Hong Kong.

Manifestantes em Hong Kong pedem a liberação de Simon Cheng - Anthony Wallace/AFP

Cidadão honconguês, Cheng foi detido por ter violado uma lei de segurança pública, segundo o Ministério das Relações Exteriores chinês.

O jornal Global Times, ligado ao Partido Comunista, informou que ele estava envolvido com prostituição.

A lei prevê que quem pratica prostituição ou visite prostitutas seja detido por um período de 10 a 15 dias.

A polícia de Pequim disse que Cheng foi libertado no sábado como previsto e que seus direitos foram respeitados.

O funcionário teria confessado as acusações contra ele, segundo a polícia, mas esta é uma afirmação recorrente das autoridades chinesas. Ele não teve a chance de se defender perante um júri. 

Após ser solto, Cheng retornou para Hong Kong, informou sua família em uma rede social. Os familiares não divulgaram detalhes da detenção e pediram "tempo e espaço" à imprensa e aos amigos, acrescentando que novas explicações virão mais tarde.

O Reino Unido, que tinha demonstrado preocupação com o caso, disse que a notícia da libertação é bem-vinda.

Hong Kong vive há quase três meses a maior crise política desde que retornou ao domínio chinês, em 1997, após mais de um século sob jugo britânico.

Os manifestantes criticam Pequim e pedem mais democracia, temendo a erosão do sistema "um país, dois sistemas", que concede certa autonomia à Hong Kong.

As marchas começaram quando o Legislativo local anunciou o projeto (agora arquivado) de uma lei de extradição que permitira que suspeitos fossem enviados para a China continental para serem julgados.

Os tribunais sob controle do Partido Comunista são considerados menos justos em relação aos de Hong Kong. 

No sábado (24), houve confrontos entre manifestantes e a polícia no subúrbio industrial de Kwun Tong. Quatro estações de metrô tiveram de ser fechadas.

As forças de segurança usaram gás lacrimogêneo depois que ativistas jogaram coquetéis molotov e tijolos e arrancaram postes equipados com câmeras de vigilância.

Foi o primeiro uso de bombas de efeito moral em dez dias, após uma série de manifestações pacíficas no território. ​

 

Na sexta (23), ativistas deram as mãos e formaram uma grande corrente humana que se estendeu pelos dois lados do porto de Hong Kong.

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