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China confirma detenção de funcionário do consulado britânico de Hong Kong

Desaparecido há duas semanas, Simon Cheng foi preso em Shenzhen por violar a lei, afirma Pequim

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Pequim | Reuters e AFP

Autoridades chinesas confirmaram nesta quarta (21) a detenção de um funcionário do consulado do Reino Unido em Hong Kong, que estava desaparecido desde 8 de agosto, em uma ação que deve aumentar as tensões no território semi-autônomo.

Nascido em Hong Kong, Simon Cheng, 28, trabalha como consultor de comércio e investimentos na representação britânica e foi colocado em detenção administrativa por 15 dias, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores chinês.

Manifestante segura cartaz com ilustração do rosto de Simon Cheng durante protesto contra sua detenção em frente ao consulado britânico em Hong Kong - Anthony Wallace/AFP

Segundo o porta-voz da pasta, Geng Shuang, o homem foi preso em Shenzhen, cidade chinesa na fronteira com Hong Kong, por ter violado uma lei de segurança pública. 

Geng, porém, não deu detalhes de qual é exatamente a acusação que pesa sobre o funcionário do consulado nem se há alguma ligação entre a detenção e os protestos que tem agitado Hong Kong há meses.

A polícia de Hong Kong anunciou em 9 de agosto que iria investigar o paradeiro de um homem que tinha desaparecido após fazer uma viagem a trabalho para Shenzhen no dia anterior. A família logo confirmou que a pessoa era Simon Cheng. 

O caso chamou a atenção porque Pequim e Londres travaram uma disputa histórica pelo controle de Hong Kong. 

Após mais de um século sob julgo britânico, o território passou para o domínio chinês em 1997, mas o acordo de devolução deu certa autonomia jurídica e política à região, em um arranjo conhecido como "um país, dois sistemas". 

O governo britânico se manifestou sobre o caso, criticando a China e afirmando estar "extremamente preocupado" com a detenção de Cheng. O porta-voz chinês respondeu as declarações de Londres nesta quarta.

"Ele [Cheng] não é cidadão britânico. Ele é chinês, então isso é uma questão interna que cabe apenas à China", disse Geng em uma entrevista coletiva em Pequim.

"O Reino Unido já fez uma série de comentários errados sobre Hong Kong. Nós pedimos mais uma vez que eles parem de fazer isso e de jogar mais combustível no fogo", disse o porta-voz. 

Hong Kong vive há meses a maior crise política desde que retornou ao controle chinês, com uma série de manifestações que criticam Pequim e pedem mais democracia.

A China tem respondido aos protestos com declarações cada vez mais duras e chegou a enviar tropas para Shenzhen, mas até o momento não fez nenhuma ação direta contra Hong Kong, que possui uma polícia própria. 

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