Siga a folha

Príncipe saudita assume responsabilidade, mas nega envolvimento em morte de jornalista

Khashoggi, crítico ao regime do país, foi assassinado há um ano por agentes ligados a MBS

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Riad | Reuters

Pela primeira vez, o príncipe herdeiro da Arábia Saudita falou sobre seu envolvimento na morte do jornalista Jamal Khashoggi no ano passado por agentes sauditas.

O assassinato "aconteceu sob minha vigilância", disse Mohammed bin Salman —conhecido por MBS— a um documentário da rede norte-americana PBS que será exibido no dia 1ª de outubro.

Khashoggi, que era colunista do jornal The Washington Post e crítico ao regime da Arábia Saudita, foi assassinado no consulado saudita em Istambul, em outubro de 2018.

"Aconteceu sob minha vigilância. Eu recebo toda a responsabilidade, porque aconteceu sob minha vigilância", disse o príncipe ao repórter Martin Smith, de acordo com um trecho do documentário "O Príncipe Herdeiro da Arábia Saudita". 

O jornalista saudita Jamal Khashoggi durante entrevista no Bahrein, em 2014 - Mohammed Al-Shaikh/AFP

A CIA e alguns governos ocidentais afirmam que o príncipe herdeiro ordenou pessoalmente o assassinato, mas autoridades sauditas diziam que ele não teve envolvimento.

A narrativa oficial saudita atribuiu o assassinato a agentes desonestos.

Quando o príncipe herdeiro foi questionado sobre como o assassinato poderia acontecer sem que ele soubesse, ele teria dito ao repórter: "Temos 20 milhões de pessoas. Temos 3 milhões de funcionários do governo".

O promotor público da Arábia Saudita disse que o então vice-chefe de inteligência ordenou o repatriamento de Khashoggi, que morava em Washington, ​mas o negociador principal pediu que ele fosse morto depois que as conversas sobre seu retorno fracassaram.

Segundo o promotor, Saud al-Qahtani, um ex-consultor da realeza, teria dado ordens por Skype aos assassinos e os informado sobre as atividades do jornalista antes de ele ser morto.

Smith então perguntou se os assassinos poderiam ter usado jatos privados do governo, aos quais MBS respondeu: "Eu tenho oficiais, ministros para seguir as coisas, e eles são responsáveis. Eles têm autoridade para fazer isso".

​Onze suspeitos sauditas foram julgados em processos secretos pela morte do jornalista, mas apenas algumas audiências foram realizadas. Um relatório da ONU pediu que o príncipe Mohammed e outras autoridades do país fossem investigadas.

Khashoggi foi visto pela última vez no consulado saudita em Istambul, em 2 de outubro.

Ele foi até o local para buscar documentos para o casamento com sua noiva, a turca Hatice Cengiz, mas nunca saiu de lá. 

Seu corpo foi desmembrado e removido do prédio e seus restos mortais não foram encontrados.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas