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Polônia defenderá ideias liberais na UE, diz chanceler

Segundo ele, após brexit, país assumirá papel similar ao do Reino Unido de rechaço a protecionismo

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Brasília

O ministro das Relações Exteriores polonês, Jacek Czaputowicz, afirmou à Folha que a Polônia terá um papel relevante na União Europeia após o brexit e que o país representará as ideias econômicas liberais no bloco. 

“Nosso papel será muito interessante. A União Europeia será menor, e a Polônia será a quinta economia. Nós representamos um grupo de países que se juntaram à UE 15 anos atrás”, disse Czaputowicz na terça-feira (4), durante uma visita oficial a Brasília.

“Temos a visão de uma Europa liberal na economia, contra uma visão mais protecionista. São ideias econômicas similares às do Reino Unido, então eu diria que —em termos de ideias— talvez nós ocupemos esse lugar. Porque nós temos valores comuns sobre como a economia deve funcionar. Há ameaças a essas ideias em medidas protecionistas dentro da UE.”

O chanceler da Polônia, Jacek Czaputowicz, durante entrevista em Brasília - Mateus Bonomi/Folhapress

O chanceler polonês viajou ao Brasil para participar, com o ministro Ernesto Araújo (Relações Exteriores), de uma reunião do Processo de Varsóvia, aliança internacional que busca se contrapor à atuação do Irã no Oriente Médio. 

Governada pelo partido conservador Lei e Justiça, a Polônia é uma das principais aliadas do governo Jair Bolsonaro na Europa. 

Czaputowicz defendeu o acordo assinado entre a UE e o Mercosul —“Nós somos pelo livre comércio”— e disse que seu país precisa diversificar as suas relações. 

O comércio bilateral entre os dois países no ano passado foi de US$ 1,5 bilhão (R$ 6,5 bilhões, no câmbio atual).

“O Brasil é o maior e mais importante parceiro na América Latina. Nós precisamos diversificar [as relações]. É lucrativo para os dois países.” 

Questionado sobre o propósito do Processo de Varsóvia, que é copatrocinado pelos Estados Unidos, Czaputowicz negou que o objetivo seja isolar o Irã. Ele disse, no entanto, que o país persa “cria um problema para a estabilidade no Oriente Médio”. 

“O Irã simplesmente não se comporta de acordo com o tratado sobre enriquecimento de urânio, então isso cria um problema.” 

A Polônia vive há anos uma relação tensa com as instituições europeias em Bruxelas. 

Alegando que as reformas do Judiciário feitas por Varsóvia representam um risco para os valores comuns do bloco, a Comissão Europeia ativou um artigo que prevê punições a seus integrantes.

Czaputowicz disse que a reforma —também criticada na Europa por afetar a independência da Justiça— é necessária para lutar contra a corrupção entre magistrados. 

Ele rechaçou ainda a afirmação de que a separação de Poderes na Polônia esteja comprometida, outro alerta apontado pela UE.

O chanceler polonês atacou também a Rússia e disse que o governo liderado por Vladimir Putin é uma ameaça. 

“Alguns países da Europa Ocidental acham que nós deveríamos de certa maneira dar um novo começo na nossa relação com a Rússia. Não aceitamos isso, defendemos a lei internacional que todos os países deveriam obedecer”, afirmou ele.

“A Rússia quer dividir o Ocidente, a União Europeia e a Otan. E a Polônia para eles é um caso difícil, porque nossas políticas são baseadas em fatos e nós queremos que a Rússia observe a lei internacional. As políticas de Putin são prejudiciais para o mundo livre."

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