Siga a folha

Descrição de chapéu Coronavírus

'O pior está por chegar', diz governo espanhol sobre coronavírus

Com hospitais saturados e mortes em alta, Espanha tenta evitar crise como a da Itália

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Bruxelas

Com hospitais chegando ao limite de sua capacidade e o número de mortes pelo novo coronavírus subindo rapidamente, a Espanha tenta evitar uma crise semelhante à da Itália, país com mais mortos pela pandemia no mundo.

A Espanha é o terceiro país do mundo com maior número de casos, atrás de Itália e China, e o quarto em número de mortes, atrás de Itália, China e Irã.

Nas 24 horas até a manhã deste sábado (21), o número de mortes no país ibérico subiu 32%, passando para 1.326 vítimas. Às 18h, já eram registradas 1.378 mortes.

“O pior está por chegar”, disse o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, em pronunciamento na noite deste sábado (final da tarde no Brasil). Ele pediu à população que una esforços para evitar o crescimento do contágio.

Bombeiros desinfetam entrada do hospital Burgos, no norte da Espanha - Cesar Manso/AFP

Região mais afetada, Madri tem 8.921 casos confirmados e 804 mortes, ou 60% dos casos fatais. Há 700 pessoas internadas na capital espanhola e, embora tenha transformado quartos de hotéis em UTIs nos últimos dias, a cidade não tem conseguido tratar todos os casos.

Sánchez afirmou que o Exército vai ampliar em mais 5.500 a quantidade de leitos hospitalares.

A Catalunha caminha para crise semelhante, segundo a Sociedade Espanhola de Enfermaria Intensiva. Na região de Barcelona, o sistema de saúde deve estar saturado entre os dias 6 e 20 de abril.

“Se a curva da doença não for reduzida, vamos assistir à mesma crise de Madri”, afirmou a presidente da entidade, Marta Raurell, ao jornal El País.

Assim como ocorreu no Reino Unido, pesquisadores espanhóis divulgaram um manifesto em que pedem quarentena total para frear a epidemia na Espanha.

“Com uma restrição parcial como a que o governo determinou, o sistema de saúde deve estar saturado no dia 25 de março”, afirma o grupo de 70 cientistas, de áreas como saúde pública, epidemiologia, infectologia, microbiologia e biologia molecular.

Os pesquisadores sugerem restrição total de mobilidade de 15 a 21 dias em todas as comunidades autônomas com mais de 25 casos por milhão de habitantes. Madri e a região de La Rioja ostentam os maiores índices, com 132 casos para cada milhão de habitantes.

Segundo o primeiro-ministro, não haverá medidas mais duras no momento, porque elas já estão sendo obedecidas pela maioria da população. “Não podemos impedir que uma mãe passeie com seu filho autista. É preciso não perder de vista os direitos humanos”, disse no pronunciamento.

Sánchez se dirigiu também aos que estão desrespeitando o pedido de confinamento: “Sair de casa não é uma prova de destemor, mas de falta de respeito aos outros. Não é o medo que nos mantém em casa, é a coragem”.

A polícia da capital espanhola vai adotar medida semelhante à do governo francês e pedir declarações juramentadas de quem estiver na rua, justificando a necessidade de circulação.

O governo espanhol anunciou ainda neste sábado a compra de 640 mil novos testes para o vírus e de quatro robôs para fazer até 80 mil testes por dia.

A possibilidade de encontrar doentes, casos assintomáticos e pessoas já imunizadas é considerada fundamental para tomar melhores decisões públicas, segundo epidemiologistas.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas