Hillary Clinton anuncia apoio a Biden em demonstração de união do Partido Democrata
Ex-secretária de Estado é quarto nome de peso a se alinhar à candidatura do ex-vice-presidente
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Rival de Donald Trump nas eleições presidenciais de 2016, Hillary Clinton declarou nesta terça (28) apoio a Joe Biden na disputa deste ano —o ex-vice-presidente das duas gestões de Barack Obama deve enfrentar o republicano no pleito marcado para o dia 3 de novembro.
O anúncio demonstra a união do Partido Democrata na luta para impedir a reeleição de Trump, uma vez que a ex-primeira-dama é o quarto nome de peso a apoiar o moderado Biden.
Antes dela, já haviam se alinhado à candidatura seus ex-concorrentes pela nomeação democrata Bernie Sanders, que é senador independente, mas disputou as primárias pelo partido, e Elizabeth Warren, além do ex-presidente Barack Obama.
"Fui não só uma colega de Joe Biden como tenho sido uma amiga. Posso dizer a vocês que gostaria que ele fosse presidente agora. Mal posso esperar até que ele seja", afirmou Hillary durante transmissão ao vivo com Biden, na qual debateram como o coronavírus está afetando as mulheres americanas.
Biden agradeceu e respondeu: "Aprecio muito a sua amizade. Que apoio pessoal maravilhoso."
Mais cedo nesta terça, HIllary já havia dado uma dica de que apoiaria o candidato, ao postar em uma rede social uma foto em que aparece abraçando Biden. Ele retuitou a imagem e escreveu que "está com ela".
De acordo com o New York Times, o ressurgimento de Hillary na política presidencial serve como um lembrete implícito aos democratas mais à esquerda sobre os perigos de um partido dividido.
Embora uma série de fatores tenha contribuído para a derrota da ex-prieira-dama no pleito de 2016, um dos elementos foi a recusa de nomes mais progressistas do partido em se unirem à candidatura contra Trump.
Mulher do ex-presidente Bill Clinton, ela perdeu as eleições em um pleito que ainda é fonte de raiva e consternação entre muitos americanos que esperavam eleger a primeira mulher presidente.
Hillary possui uma base fiel de eleitores mulheres, muitas das quais argumentam que a interferência de hackers russos nas eleições de 2016 tirou-lhe a chance de ocupar a Casa Branca.
O apoio de Hillary tem peso, mas talvez seja menos importante do que o de dois ex-concorrentes de Biden à nomeação democrata: a senadora Elizabeth Warren e o senador Bernie Sanders.
Mais à esquerda dentro do partido, ambos têm o potencial de trazer eleitores progressistas e jovens à base de Biden, nome mais palatável aos democratas no geral por sua postura moderada.
Como esperado, a campanha de Trump se manifestou: "Não há maior concentração do establishment democrata do que Joe Biden e Hillary Clinton juntos. O presidente Trump a derrotou uma vez e agora ele vai derrotar o candidato escolhido por ela".
Hillary trabalhou com Biden no primeiro mandato de Obama (2009-2013), quando ela ocupou o cargo de Secretária de Estado. Mais tarde, ambos consideraram concorrer à Casa Branca, mas Biden optou por não entrar na disputa de 2016 devido à morte por câncer de seu filho Beau, em 2015.
Se o anúncio desta terça injetou esperança no Partido Democrata ao indicar a união da sigla, a segunda (27) trouxe uma decepção.
O Conselho de Eleições do Estado de Nova York cancelou as eleições primárias da sigla que estavam agendadas para 23 de junho. Segundo as autoridades, o risco de transmissão do coronavírus entre os eleitores é grande demais para justificar uma prévia considerada sem significado.
Apoiadores de Sanders criticaram o cancelamento, sob o argumento de que a decisão abre precedentes que podem favorecer Trump.
No início de abril, o então pré-candidato desistiu da corrida pela nomeação democrata, deixando o caminho livre para Biden se tornar o escolhido. O anúncio oficial será feito na convenção nacional da sigla, em agosto.
Sanders havia expressado o desejo de permanecer na cédula das primárias em Nova York: seus apoiadores esperavam conseguir um número de delegados suficiente para influenciar a plataforma do partido.
Após o anúncio do cancelamento, a campanha do senador divulgou um comunicado chamando a decisão de "um ultraje, um golpe à democracia americana".
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