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Sobe para 416 número de contaminados por coronavírus em porta-aviões dos EUA

Chefe da Marinha perdeu cargo após chamar ex-capitão de 'muito ingênuo ou muito estúpido'

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São Paulo

O número de marinheiros do porta-aviões USS Theodore Roosevelt contaminados com coronavírus subiu para 416, de acordo com a CNN.

Até agora, 97% dos tripulantes fizeram exames. Havia ao todo 4.800 pessoas a bordo.

A forma como a crise de coronavírus a bordo da embarcação foi tratada levou à queda de Thomas Modly do cargo de chefe da Marinha dos EUA, no início da semana.

O porta-aviões USS Theodore Roosevelt, durante decolagem de um F/A-18F Super Hornet, em imagem de arquivo - Nicholas Huynh/Marinha dos EUA/AFP

Em 30 de março, o então capitão do navio, Brett Crozier, enviou mensagem por e-mail a Modly, dizendo que a situação era insustentável por ser impossível obrigar isolamento social numa embarcação com 4.800 marinheiros e marinheiras.

Modly seguiu impassível, e no dia seguinte a mensagem do capitão foi publicada pelo jornal The San Francisco Chronicler. Com a publicidade, a história correu o mundo e fez com que a Marinha iniciasse o desembarque do USS Theodore Roosevelt no dia seguinte.

No dia 2 de abril, Modly resolveu dispensar Crozier do comando do porta-aviões. O capitão desembarcou em Guam, território americano no Pacífico onde o navio está atracado, com o nome sendo gritado por toda a tripulação ainda no convés. Parte dos marinheiros foi retirada e cumpre quarentena em terra.

Na segunda (6), Modly falou, por meio do sistema da embarcação, para os cerca de mil marinheiros que permaneceram do USS Theodore Roosevelt para manter o navio operacional —seus dois reatores nucleares não podem ficar sem manutenção—, que Crozier era "muito ingênuo ou muito estúpido" por ter permitido o vazamento de sua carta.

O ex-capitão do USS Roosevelt, Brett Crozier, durante discurso à tripulação - Sean Lynch - 1º.nov.2019/Marinha dos EUA/AFP

Segundo relatos que chegaram à imprensa americana, os militares a bordo ficaram horrorizados com os termos usados contra alguém que consideram um herói.

O caso virou um escândalo nacional. Membros de comitês de defesa do Congresso pediram a cabeça de Modly, que entregou sua renúncia na tarde de terça (7). Ele foi substituído pelo subsecretário do Exército, James McPherson.

O último porto em que o porta-aviões esteve antes do surto foi o de Da Nang, na costa vietnamita, antiga base americana durante a guerra no país asiático. Presume-se que foi lá que o patógeno embarcou no porta-aviões, capaz de transportar até 90 aviões e helicópteros.

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