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Turquia lança ofensiva militar contra PKK no norte do Iraque e aumenta tensões com Bagdá

Ancara diz que operação foi lançada em legítima defesa após ataques a bases militares

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RFI

A Turquia lançou nesta quarta-feira (17) uma operação militar no norte do Iraque contra as posições do grupo armado curdo PKK, incluído na lista de organizações terroristas da União Europeia e dos Estados Unidos, mas que conta com apoio de parte da população curda na Turquia. A operação pode gerar tensões entre Ancara e Bagdá.

“A operação unhas do tigre começou. Nossos heróis das forças especiais estão em Haftanin”, na região curda do norte do Iraque, declarou o ministro turco da Defesa no Twitter, sem precisar o número de militares mobilizados.

Combatentes do PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão) na região das montanhas Qandil, no norte do Iraque - Safin Hamed - 22.jun.2018/AFP

“Nossos comandos, que têm o apoio de helicópteros de combate e de drones, foram transportados por nossas forças aéreas”, declarou nesta quarta-feira o ministério turco da Defesa.

O ministério afirmou que essa operação foi lançada em “legítima defesa” e se justifica pelo “aumento recente dos ataques contra os comissariados e nossas bases militares” situadas perto da fronteira iraquiana. Também informou que o posicionamento de militares foi precedido por um intenso bombardeio da artilharia.

Os turcos “posicionaram forças especiais com a ajuda de helicópteros de combate apoiados por aviões de guerra, e posteriormente houve confrontos com os combatentes”, declarou uma fonte do PKK.

Ainda que a Turquia bombardeie periodicamente as posições dos rebeldes curdos no Iraque, esta operação é maior que as anteriores e foi precedida por contatos tanto com o governo de Bagdá quanto com a administração curda no norte do Iraque.

Mas o Executivo iraquiano convocou na terça-feira (16) o embaixador da Turquia para protestar contra os bombardeios. Um deles alcançou um acampamento de refugiados.

Em um comunicado, o ministério de Assuntos Exteriores iraquiano denunciou “uma violação da soberania” do país. Os ataques não deixaram vítimas, mas “aterrorizaram a população”, segundo ele.

Organizações de direitos humanos acusaram a Turquia de colocar a vida de civis em risco, especialmente na área de Sinjar, localidade da minoria iazidi, que ainda se recupera da tentativa de genocídio cometida pelos jihadistas do grupo terrorista Estado Islâmico.

O Irã lançou também um ataque militar contra organizações rebeldes curdas desde seu lado da fronteira no que parece um ataque coordenado com a Turquia.

Montanhas estratégicas

A amplitude da operação ainda não é conhecida. O governo turco publicou fotos mostrando o ministro da Defesa, Hulusi Akar, dirigindo as operações no quartel-general das Forças Armadas de terra em Ancara.

O presidente Recep Tayyip Erdogan, que não fez declarações sobre a operação, ameaçou diversas vezes nos últimos anos “cuidar” do PKK no norte do Iraque se Bagdá não “conseguisse”.

“O combate que nós fazemos contra o terrorismo para defender nossa nação e nossas fronteiras é o combate mais legítimo do mundo”, declarou no Twitter o porta-voz do partido do presidente turco, o AKP, Omer Celik.

Para analistas, Ancara tenta se implantar em uma cadeia de montanhas estratégicas na fronteira turco-iraquiana para estabelecer bases militares. O combate entre o Estado turco e os combatentes curdos já fez 40 mil mortos, entre eles vários civis.

Com informações de Andrés Mourenza, correspondente da RFI na Turquia, e AFP.

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