Em prisão domiciliar, ex-presidente da Colômbia renuncia ao Senado
Álvaro Uribe, acusado de manipular testemunhas, afirma que oito garantias processuais foram violadas
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O ex-presidente da Colômbia Álvaro Uribe, investigado por manipulação de testemunhas, renunciou à sua cadeira no Senado nesta terça-feira (18), após ter sido colocado em prisão domiciliar no início deste mês.
Em uma carta de demissão ao presidente do Parlamento e publicada numa rede social, ele citou diversas razões que o levaram a "anular qualquer expectativa de que possa retornar ao Senado".
A Suprema Corte colocou Uribe, talvez o político mais polêmico do país sul-americano, sob detenção em uma decisão unânime que citou risco de obstrução da Justiça. Ele nega as acusações.
O ex-presidente afirma que oito garantias processuais foram violadas e que as escutas telefônicas que fazem parte do caso são ilegais. Também disse que seus "adversários políticos e jornalísticos" receberam vazamentos seletivos de documentos do processo.
Todos os registros do tribunal sobre a ordem de prisão domiciliar tornaram-se públicos alguns dias após a divulgação da decisão —os documentos somam mais de 1.500 páginas.
Na carta, Uribe expressou apoio a uma reforma do Judiciário que ganhou força com o desenrolar do processo contra ele. A proposta foi feita pelo Centro Democrático, partido do qual faz parte.
“Eu voto por uma reforma da Justiça que despolitiza ao mudar o sistema de eleição de magistrados”, diz a carta. “A luta pela defesa da liberdade da Colômbia é um imperativo irrenunciável.”
Espera-se que a cadeira de Uribe seja ocupada pelo candidato remanescente da lista de seu partido nas eleições de 2018 que tenha obtido o maior número de votos.
O ex-presidente e aliados são acusados de manipular testemunhas para desacreditar alegações de que ele tinha ligações com paramilitares. É a primeira vez que um tribunal colombiano detém um ex-presidente.
Desde que concluiu seu segundo mandato, em 2010, Uribe conduziu dois sucessores ao poder, incluindo o atual presidente, Iván Duque, que disse repetidamente acreditar que seu mentor é inocente.
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