Depois de 652 dias, Bélgica consegue formar um governo
Primeiro-ministro liberal vai chefiar coalizão de sete partidos; excluídos, radicais de direita dizem que eleitores foram traídos
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Depois de 652 dias sem um governo definitivo, os políticos belgas conseguiram chegar a uma coalizão de maioria. O deputado liberal Alexander De Croo, 44, toma posse nesta quinta (1º) como primeiro-ministro, quase dois anos depois do colapso do governo anterior, em dezembro de 2018.
De Croo, de Flandres (região de língua flamenga), vai liderar a coalizão batizada de Vivaldi, em alusão às cores dos partidos, que representariam as “Quatro Estações” da peça do compositor veneziano.
O governo será formado por sete partidos: além do Open VLD, que havia sido nomeado pelo rei Phillipe para liderar as negociações, participa a versão francófona do partido Liberal e as divisões francófonas e flamengas dos partidos Verde e Socialista, além dos democratas-cristãos de Flandres.
Desde março, a Bélgica vinha sendo governada pela liberal Sophie Wilmès, como chefe de um governo de minoria, para combater a pandemia de coronavírus. Antes disso, Wilmès atuava como primeira-ministra interina, desde outubro de 2019.
Apesar do longo tempo sem governo permanente, houve outro hiato recorde num país em que os partidos são fragmentados segundo seus principais idiomas: foram 589 dias sem governo entre 2010 e 2011.
A Bélgica fez eleições gerais em maio de 2019, mas não conseguiu resolver o impasse. Os dois partidos mais votados do país, os separatistas de direita flamengos Nova Aliança Flamenga (NVA) e os socialistas da Valônia (região de língua francesa), fracassaram na tentativa de chegar a um acordo.
O coalizão atual exclui tanto o NVA quanto o partido de extrema direita Interesse Flamengo (Vlaams Belang), as duas maiores agremiações da região de Flandres.
Nesta segunda, o Interesse Flamengo reuniu 10 mil pessoas em um protesto contra a coalizão Vivaldi, em um estacionamento de um centro de convenções em Bruxelas. Terceiro partido mais votado nas últimas eleições, ele acusou o novo governo de virar as costas para a escolha dos eleitores.
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