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EUA dão início a três dias de homenagens para a juíza Ruth Bader Ginsburg

Morta na sexta, magistrada se tornou ícone ao lutar pelo avanço dos direitos das mulheres

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Washington | AFP e Reuters

Os Estados Unidos começaram nesta quarta-feira (23) uma série de três dias de homenagens à juíza Ruth Bader Ginsburg, um ícone na luta pela igualdade de gênero. Ela morreu na sexta (18), aos 87 anos.

Um grupo de cem funcionários do Judiciário recebeu o caixão da magistrada às 9h30 (11h30 em Brasília). Eles ficaram enfileirados na escadaria da Suprema Corte, vestidos de preto e com o rosto coberto por máscaras, devido à pandemia de coronavírus.

Público presta homenagens à Ruth Ginsburg nas escadarias da Suprema Corte dos EUA - Shawn Thew/AFP

Do outro lado da rua, atrás de uma barreira, centenas de pessoas esperavam para homenagear RBG —as iniciais do nome da juíza e como ela ficou conhecida—, cujo caixão foi coberto com a bandeira americana.

O acesso foi liberado em seguida, e os visitantes puderam se aproximar do corpo da magistrada, colocado no mesmo local onde foi exposto o caixão do presidente Abraham Lincoln, assassinado em 1865.

"Hoje dizemos adeus a uma heroína americana", disse o rabino Lauren Holtzblatt depois de pronunciar o Kadish, uma curta oração fúnebre, em hebraico. Ela era judia.

Desde que sua morte foi anunciada, centenas de pessoas, algumas das quais vindas de estados distantes, reuniram-se espontaneamente nos degraus de mármore da corte para celebrá-la.

Na quinta, o presidente dos EUA, Donald Trump, irá à Suprema Corte para uma homenagem a Ginsburg.

O corpo da magistrada será levado na sexta-feira (25) para o salão de estátuas do Capitólio, sede do Congresso, em frente à Corte, onde ocorrerá outra solenidade. Ela será enterrada na próxima semana em uma cerimônia privada no Cemitério Nacional de Arlington, nos arredores de Washington.

Ginsburg tornou-se um ícone por sua defesa da igualdade jurídica para as mulheres e dos direitos LGBT. Seu rosto estampa produtos, e ela chegou a inspirar um filme de Hollywood, "Suprema".

A nomeação do substituto da magistrada na corte gera um embate entre republicanos e democratas. Trump disse que irá fazer a indicação antes das eleições de 3 de novembro.

Os democratas defendem que a nomeação seja feita pelo próximo presidente eleito, como ocorreu em 2016. Na reta final do segundo mandato, Barack Obama foi impedido de indicar um juiz para o tribunal pelos republicanos, que tinham maioria no Senado.

Os republicanos seguem com maioria na Casa hoje, e Trump deve ter apoio suficiente para fazer a indicação, o que deve ocorrer até sábado. O nome ainda precisa ser aprovado pelo Senado.

O presidente tem mencionado duas mulheres como possíveis indicadas: Amy Barrett, atualmente na corte de apelações de Chicago, e Barbara Lagoa, que tem cargo similar em Atlanta. As duas são religiosas e alinham-se ao presidente em temas como direito a armas, posição anti-aborto e política anti-imigração.

Assim, Trump poderá ampliar a maioria conservadora na Suprema Corte para 6 a 3. Última instância da Justiça dos EUA, o tribunal tem poder para escolher que casos pretende analisar.

Na disputa pela reeleição, o presidente costuma usar o tema para pedir votos: diz que só ele poderá nomear mais juízes conservadores e, assim, ter controle sobre mudanças em temas como aborto e porte de armas, assuntos caros a parcela significativa de seus eleitores.

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