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Com Michigan e Wisconsin, Biden fica próximo da vitória

Para ser reeleito, Trump precisa confirmar liderança em quatro estados e ainda virar ao menos mais um

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São Paulo

A terça-feira (3) que começou com Joe Biden esperando aplicar uma goleada no presidente Donald Trump terminou com o mundo inteiro sem saber quem será o próximo presidente americano.

E, embora a disputa continue em aberto, a análise dos estados nos quais a apuração ainda tem de ser concluída indica que o democrata segue como favorito nesta quarta (4).

O candidato democrata, Joe Biden, durante seu discurso na madrugada desta quarta (4) - Angela Weiss/AFP

Durante a quarta-feira, Biden teve vitórias projetadas em Michigan e Wisconsin. Assim, a conquista de Nevada pode selar seu caminho à Presidência —já que ele chegaria aos 270 votos no Colégio Eleitoral. O Arizona não está com a apuração completa, mas Biden lidera ali com margem de 3,4 pontos percentuais e é apontado como favorito.

Em Michigan, o democrata teve 67 mil votos mais que o adversário, uma margem maior que os 10 mil votos que o republicano impôs sobre Hillary Clinton no estado em 2016.

A esperança que o democrata tinha de conquistar a Presidência rapidamente, ainda na noite de terça (3), porém, esvaiu-se assim que a contagem indicou o triunfo do republicano na Flórida.

A partir daí, o que se viu foi uma maré vermelha inicial, com o presidente vencendo uma série de estados-chave e, assim, mantendo suas chances de ser reeleito. Foi um feito e tanto para alguém que chegou ao último dia de disputa com 10% de possibilidades de vitória.

Em parte, isso pode ser explicado pelo fato de que muitos estados contam o voto presencial —que favorece o republicano— antes dos votos antecipados, que incluem as cédulas enviadas pelo correio e são, em sua maioria, democratas.

Ao vencer no Texas, em Iowa e em Ohio durante a madrugada, Trump fez muitos apoiadores de Biden temerem uma repetição de 2016, quando foi eleito ao vencer na maior parte dos estados-chave, contrariando as pesquisas.

Os levantamentos, aliás, novamente subestimaram o voto no republicano, que teve mais apoio do que o esperado entre latinos no Sul e no geral no Meio-Oeste —região crucial para a vitória há quatro anos.

Em todo o país, Trump tinha, às 20h de quinta (4), 48% dos votos, mais de cinco pontos percentuais acima do que apontava a média das pesquisas —Biden, com 50,4%, tem pouco mais de um ponto a menos do que indicavam as sondagens. A apuração ainda não terminou.

Importante lembrar que no sistema indireto que escolhe o presidente dos EUA quem define o vencedor é o Colégio Eleitoral, e não o voto popular. Nesse modelo, cada estado recebe um número de votos proporcional à sua população.

A Califórnia, com 39,51 milhões de habitantes, por exemplo, tem direito a 55 representantes. A Dakota do Sul, com 884,6 mil, a 3. O vencedor em um estado leva todos os votos dele, com exceção de Maine e Nebraska, que dividem os delegados de maneira um pouco mais proporcional. No fim do processo, é eleito quem conquistar mais da metade dos votos no Colégio Eleitoral —270 dos 538 votos possíveis.

Assim, a senha para vencer é conquistar os estados onde a disputa é mais apertada. Neste ano, 13 deles eram classificados dessa forma antes da votação, sendo que quatro já foram para Trump (os já citados Texas, Flórida, Ohio e Iowa). Biden levou Colorado, New Hampshire, Minnesota, Michigan e Wisconsin.

Na conta geral, sobram seis estados com disputa em aberto, cujos resultados ainda estão sendo contabilizados. Um deles, o Alaska, deve ser conquistado facilmente por Trump.

Dos outros ainda em disputa, o republicano e o democrata têm uma vantagem clara em um cada um: Carolina do Norte para Trump, Arizona para Biden. Embora uma virada em ambos ainda seja possível, é pouco provável.

Caso o resultado seja confirmado, o Arizona será o primeiro estado que Trump venceu em 2016 que agora vota no candidato democrata. É em parte devido a disso que Biden tem, no momento, mais possibilidades de vitória do que o adversário.

Durante a quarta-feira, projeções apontaram vitórias de Biden em Wisconsin e Michigan. Com isso, ele ficou com 253 delegados no Colégio Eleitoral, segundo projeção da CNN, contra 215 do rival. Se mantiver essa posição e vencer também no Arizona e em Nevada, onde lidera, supera 270 votos no Colégio Eleitoral e conquista a Presidência.

Os votos que faltam serem contabilizados nesses locais agora, porém, são em sua maioria de grandes cidades, em que há maioria democrata. De quebra, quase todos eles são votos enviados por correspondência, modalidade na qual Biden tem uma vantagem de 3 para 1.

Nesse cenário, o ex-vice de Barack Obama não precisa vencer na Pensilvânia e na Geórgia para ser eleito.

Trump atualmente lidera nesses dois locais, mas, de novo, o voto que ainda precisa ser contado em cada um deles —na Filadélfia e em Pittsburgh no primeiro, na região em torno de Atlanta no segundo— é favorável ao democrata.

O resultado, porém, ainda pode demorar, já que Nevada e Pensilvânia devem levar ao menos mais um dia para terminar a contagem.

Há ainda a chance de a disputa acabar só na prorrogação: pela lei eleitoral de Wisconsin, se a diferença entre os candidatos for menor do que 1 ponto percentual, uma recontagem automaticamente é feita.

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