Siga a folha

Estátua de Lincoln com homem negro ajoelhado é removida de Boston

Monumento deveria homenagear libertação dos escravos no século 19, mas era visto como elemento que reforça racismo

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Washington e São Paulo | AFP

Uma estátua de Abraham Lincoln ao lado de um escravo ajoelhado recém-libertado foi removida nesta terça-feira (29) em Boston por ordem do gabinete do prefeito.

A decisão vem na esteira de uma onda de derrubada de monumentos de figuras coloniais ou escravocratas desencadeada pelos protestos contra a morte de George Floyd, em maio.

Estatua de Abraham Lincoln é retirada de praça em Boston - Reprodução/Youtube

Presidente dos EUA de 1861 a 1865, Lincoln aparece no monumento totalmente vestido e, em sua mão direita, segura a chamada Proclamação de Emancipação, que aboliu a escravidão no país. Ao lado dele está um homem negro quase sem roupa e com algemas quebradas —a obra, em tese, deveria homenagear o decreto de libertação dos escravos, que entrou em vigor em 1º de janeiro de 1863.

Em junho, o conselho de artes da cidade decidiu remover o monumento. "A decisão reconhece o papel da estátua em perpetuar preconceitos e obscurecer o papel dos negros americanos na luta da nação pela liberdade", informou o gabinete do prefeito em um comunicado.

Uma petição foi lançada por um artista local e reuniu 12 mil assinaturas para remover a estátua, cujo nome é "Grupo de Emancipação". Instalada em 1879 em uma praça na capital do estado de Massachusetts, a peça é uma réplica de outra instalada em Washington em 1876.

A estátua foi doada por Moses Kimball, político e fundador do Museu de Boston, de acordo com o site do governo. Embora a versão original tenha sido financiada por doações de ex-escravos, eles não tiveram a palavra final sobre o projeto do monumento.

O 16º presidente dos Estados Unidos baniu a escravidão em meio à Guerra Civil que havia sido desencadeada pela secessão de estados do Sul, com a intenção de manter a escravidão.

Com a ascensão dos protestos contra o racismo pelo mundo neste ano, deflagrados pelo assassinato do homem negro George Floyd por um policial branco em Minneapolis (EUA), manifestantes iniciaram um movimento para derrubar estátuas de figuras históricas ligadas a um passado escravocrata e colonial.

Em junho, um grupo em Bristol, no Reino Unido, derrubou uma estátua em homenagem a Edward Colston, traficante de escravos e membro do Parlamento britânico que viveu no século 17.

Em 10 de agosto, o governo removeu um monumento a soldados confederados (defensores do escravismo) na tradicional cidade americana de Athens, na Geórgia —estado conhecido pelo patrimônio histórico associado à cultura sulista.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas