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Equador suspende recontagem de votos, e líder indígena protesta

Com 99,98% das urnas computadas, Pérez está fora do 2º turno, mas resultado final depende de decisão sobre reexame

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Quito | AFP

Com quase todos os votos computados, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do Equador suspendeu nesta terça-feira (16) a recontagem do primeiro turno da eleição presidencial, pedida pelo líder indígena de esquerda Yaku Pérez, que acusa uma fraude.

"Este plenário do CNE, lamentavelmente, não dá resposta ao pedido, nem aprova nem nega o relatório apresentado pela área técnica sobre a solicitação da recontagem", anunciou a presidente da entidade, Diana Atamaint.

O candidato à Presidência e líder indígena, Yaku Pérez, durante reunião com membros do Conselho Nacional Eleitoral e com seu opositor, Guillermo Lasso, na sexta (12) - Santiago Armas - 12.fev.21/Xinhua

O pedido foi suspenso pela falta de maioria na votação do plenário do CNE, que se reuniu durante a noite. Dos 5 membros, 2 votaram a favor do pedido de Pérez, 1 contra, 1 se absteve, e o quinto integrante não compareceu à sessão.

O conselheiro José Cabrera, que votou contra, afirmou que primeiro é necessário "terminar a apuração, proclamar resultados e que então sejam apresentados os recursos de impugnação" previstos na lei.

Pérez apresentou formalmente a solicitação de recontagem dos votos em 17 das 24 províncias do país. A revisão afetaria quase 6 milhões de votos, que representam 45% dos 13,1 milhões de eleitores registrados oficialmente.

O líder indígena alega que na apuração preliminar ocorreu uma fraude para impedir sua presença no segundo turno. Na disputa da primeira etapa, ele foi superado pelo ex-banqueiro e candidato conservador, Guillermo Lasso, na metade da contagem.

Segundo a apuração preliminar, perto do fim com 99,98% dos votos computados, o economista de esquerda Andrés Arauz, apadrinhado do ex-presidente Rafael Correa, liderou o primeiro turno com 32,72% da preferência.

Lasso e Pérez travaram uma disputa voto a voto pelo segundo lugar, com o candidato de direita na dianteira, com 19,74% dos votos, contra 19,38% do líder indígena, segundo a apuração preliminar. Com o imbróglio da recontagem, porém, o resultado final para o segundo turno ainda é incerto.

Pérez reagiu e discursou em frente ao CNE: "Não vão nos derrotar, não vão nos aniquilar, a resistência continua. Hoje [o CNE] acaba de tomar uma decisão que fica no limbo".

A revisão dos votos havia sido estabelecida na sexta-feira (12), diante de observadores internacionais, entre os candidatos e o organismo eleitoral, mas precisava da aprovação do plenário.

A proposta era de uma recontagem de 100% das urnas na província de Guayas, a que tem o maior número de eleitores, e de 50% em outras 16 províncias.

O vice-presidente do CNE, Enrique Pita, que optou pela abstenção, insistiu que "não se deve colocar em risco os prazos eleitorais", que contemplam, entre outros, a campanha do segundo turno de 16 de março a 8 de abril.

Grupos de indígenas ligados a Pérez anunciaram protestos para esta quarta-feira (17) e uma marcha em direção a Quito para denunciar uma suposta fraude contra seu candidato.

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